Dados do Trabalho
Título
USO DE FIXADOR ESQUELETICO EXTERNO MODIFICADO COM FAIXAS ELASTICAS PARA CORREÇAO DE LUXAÇAO CONGENITA DE COTOVELO EM UM CAO: RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
A luxação congênita do cotovelo caracteriza-se pela rotação lateral da ulna proximal e subluxação ou luxação da articulação umeroulnar, podendo ocorrer em um ou ambos os membros. A etiologia dessa afecção não está elucidada, mas sugere-se o envolvimento hereditário. O presente trabalho tem como objetivo relatar o caso de uma cadela com luxação congênita unilateral de cotovelo. A paciente era uma cadela, da raça chow-chow, com três meses de idade, histórico de dificuldade deambulatória e deformidade do membro anterior esquerdo desde o nascimento, sem progressão ou histórico de trauma. No exame ortopédico-neurológico foi observada nas articulações do membro anterior esquerdo a ausência de dor e de aumento de volume na articulação umeroulnar, incapacidade de realizar movimentos de flexão e extensão, desvio lateral do olécrano, atrofia de tríceps, encurtamento do ligamento colateral e frouxidão do ligamento colateral medial, tanto nas porções curtas quanto longas. Nas imagens radiográficas realizadas nas projeções craniocaudal e mediolateral foi observada a luxação de cotovelo tipo 2 (úmero-ulnar), apresentando falta de contato entre a região articular do úmero distal com a região semilunar da ulna. Foi proposta correção cirúrgica por meio do uso de fixador esquelético externo modificado com faixas elásticas, que consistiu na aplicação de um pino de Schanz de 2 mm transcondilar no sentido medial para lateral no côndilo medial do úmero e outro pino de Schanz de 1,5 mm no sentido lateral para medial da ulna no mesmo plano do primeiro pino, acolchoamento com gaze na porção caudal da ulna e aplicação das faixas elásticas a fim de promover a tração caudomedial da ulna e desfazer a rotação interna da mesma. Os pinos foram retirados, sob anestesia, 18 dias após o procedimento inicial e conseguinte a recuperação anestésica, a paciente apresentou deambulação grau 4 (caminha sem claudicar, normal na estação e claudica ao correr) segundo TUDURY & RAISER (1985). Durante as revisões e na retirada de pinos foram observadas lesões de pressão na pele causada pelas faixas elásticas, mas que foram tratadas para restabelecer as condições fisiológicas da pele. O quadro de osteoartrose é esperado por conta da má formação, por isso, é recomendado o controle de peso, suplementação nutricional, moderação de exercício e fisioterapia. A paciente até o presente momento apresenta deambulação próxima ao fisiológico e mantém uma boa qualidade de vida. A aplicação desta técnica para correção de luxação congênita de cotovelo demonstrou-se ser um tratamento simples, rápido e eficaz.
Palavras-chave
ortopedia; canino; doença congênita
Área
Ortopedia
Instituições
Universidade Federal de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
DIEGO MONCKS, EDUARDA MEYER, Fabrício Vargas Arigony Braga