Dados do Trabalho
Título
BLOQUEIO DO NERVO TRIGÊMIO PARA REALIZAÇÃO DE CORONOIDECTOMIA EM FELINO – RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
A anestesia locorregional, quando viável, é indispensável para procedimentos anestésicos-cirúrgicos, por promover analgesia, diminuindo a necessidade de opioide. O objetivo deste relato é descrever o emprego do bloqueio local do nervo trigêmeo para a realização de coronoidectomia. Um paciente felino, fêmea, 1 ano de idade, da raça Persa, que deu entrada no Hospital Veterinário “Governador Laudo Natel” com histórico de queda do sexto andar há três meses e com perda progressiva da mobilidade e abertura da boca. Após a realização de exames de imagem (radiografia e tomografia) foi constatada fratura no processo coronoide e anquilose articular, sendo a paciente encaminhada oara procedimento de coronoidectomia. Na avaliação pré-anestésica, o animal foi constatado como hígido, com parâmetros fisiológicos dentro da referência. Como medicação pré-anestésica dexmedetomidina (5ug/kg), cetamina (1,5mg/kg) e metadona (0,25mg/kg) todos administrados por via intramuscular. Após 10 minutos procedeu-se venoclese cefálica com cateter 22G, seguido da indução anestésica por esta via com propofol (5 mg/kg). A manutenção anestésica foi realizada com isoflurano em vaporizador calibrado com o anestésico diluído em uma mistura de oxigênio a 100% e ar comprimido. Sendo uma região delicada e uma cirurgia invasiva optou-se por realizar o bloqueio do nervo trigêmeo, bloqueando a região zigomática, parotídea e mandibular. Para a realização do bloqueio do nervo trigêmeo foi utilizado ultrassom portátil e uma agulha espinhal 22G. A probe foi posicionada sobe a região temporal, caudal ao ligamento orbital, obtendo vista transversa da região aboral da fossa pterigopalatina. A agulha foi introduzida no sentido dorsoventral e foi injetado a bupivacaína a 0,5% na dose de 0,1ml/cmLcr. Durante o procedimento cirúrgico os parâmetros fisiológicos do animal se mantiveram estáveis, não apresentando aumento significativo de FC, f, ETCO2 e PAS em relação aos valores basais, dispensando resgate analgésico. Conclui-se que o bloqueio do nervo trigêmeo foi efetivo e proporcionou adequada analgesia ao paciente no transoperatório e pós-operatório imediato. Na avaliação aos 30 dias de pós-operatório o paciente apresentava recuperação adequada, demonstrando que uma técnica anestésica bem planejada e executada também influencia na recuperação do paciente.
Palavras Chave
anestesia; bloqueio do nervo trigêmeo; coronoidectomia; felinos
Área
Anestesiologia
Autores
Giulia Vasquez Chiarato Santos, Yulia Schneider Torres, Maria Eduarda Souza Oliveira, Letícia Santos Goes, Gabriel Godoi Moraes, Brenda Mendonça Alcântara, Luis Gustavo Gosuen Gonçalves Dias , Caio José Xavier Abimussi