Dados do Trabalho
Título
Comparação das temperaturas retal e esofágica em coelhos submetidos à pneumoperitônio prolongado.
Resumo para avaliação
A hipotermia é uma das complicações perioperatórias mais prevalentes em medicina veterinária. Diferentes técnicas de monitorização da temperatura durante o período transperatório têm sido usadas em medicina veterinária, entre eles a monitorização da temperatura retal e esofágica são os mais comuns.O objetivo deste estudo é comparar as temperaturas retal e esofágica aferidas em modelo experimental de coelhos submetidos à pneumoperitônio prolongado, com ou sem o uso de colchão de ar forçado aquecido. O estudo foi aprovado em CEUA institucional. Dezessete coelhos Nova Zelandia, pesando em média 3.98Kg, foram divididos em dois grupos experimentais com diferentes métodos de aquecimento: o grupo controle (Ctrl, n=8) foi submetido à pneumoperitônio durante duas horas sem qualquer método de aquecimento; o grupo aquecido (Aq, n=9) também foi submetido à pneumoperitônio durante duas horas, mas fez uso de colchão de ar forçado aquecido (43ºC) posicionado abaixo do animal (entre o animal e a mesa). Durante estas duas horas a temperatura dos animais foi aferida a cada 15 minutos durante o pneumoperitônio, por termômetro digital posicionado na ampola retal (temperatura retal) e por monitor multiparamétrico com sonda de termometria posicionada no esôfago torácico (temperatura esofágica). As temperaturas retal e esofágicas foram comparadas por teste t de Student considerando p<0,05 como significativo. Durante todo os momentos estudados a temperatura esofágica aferida foi superior à temperatura retal aferida. Na maioria dos momentos, esta diferença não foi estatisticamente significativa. Contudo, no grupo Ctrl, após 60 minutos (p=0.0031) e após 105 minutos (p=0.0383) a diferença foi estatisticamente significativa. No grupo Aq, em quatro momentos houve diferença significativa: após 30 minutos ((p=0.0071), 3), após 45 minutos (p=0.0331), após 75 minutos(p=0.0282), e após 105 minutos (p=0.0175). A maior temperatura esofágica aferida neste estudo pode estar relacionada com a maior troca de calor entre o CO2 utilizado para o pneumoperitônio e as vísceras abdominais, com consequente diminuição da temperatura retal. Os animais que usaram colchão de ar forçado aquecido tiveram temperaturas (tanto esofágica, quanto retal) menores ao final do experimento. No nosso experimento foi verificada diferença entre as temperaturas retal e esofágica aferidas, sendo as temperaturas esofágicas maiores. A avaliação da temperatura esofágica deve ser preferida durante cirurgias laparoscópicas.
Palavras Chave
Pneumoperitônio; laparoscopia; técnicas de aquecimento
Área
Cirurgia
Instituições
UERJ - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Ana L Ribeiro, Jessica O. C. de Azeredo, Carlos N. M. Cardoso Júnior, Rafaela S. Caetano, Bruno V. Caldas, Rodrigo N. A. Curopos, José A. Damasceno-Ferreira, Diogo Benchimol de Souza