Dados do Trabalho
Título
CORREÇÃO DE ESTENOSE DO CANAL PÉLVICO EM CÃO POLITRAUMATIZADO
Resumo para avaliação
As fraturas de pelve são comumente observadas oriundas de traumas em cães e gatos, sendo o acidente automobilístico um relevante causador. As fraturas ilíacas ocorrem com maior frequência, cujos fragmentos podem ser desviados em sentido medial, comprometendo o canal pélvico e, consequentemente, gerando estreitamento e obstipação parcial ou total. O diagnóstico, manejo clínico e indicação cirúrgica, quando necessária, são de extrema importância a fim de se estabelecer o prognóstico correto do paciente politraumatizado com complicações secundárias. Dessa forma, o objetivo deste resumo é relatar a abordagem cirúrgica de um paciente canino, Shih-Tzu, 9 anos, castrado, 4 kg, que foi recepcionado no Setor de Cirurgia de Cães e Gatos do HOVET FZEA - USP apresentando disquesia e tenesmo. O paciente possui histórico de politrauma automobilístico há 8 anos, no qual apresentava fratura acetabular bilateral, fratura em corpo do íleo bilateral, fratura em púbis, fratura em asa sacral direita e disjunção sacroilíaca direita. Foi realizada anteriormente, somente a correção da fratura ilíaca esquerda. Apesar da intervenção cirúrgica anterior, o paciente foi manejado de forma clínica diariamente, por 8 anos, sob prescrição de procinéticos, laxantes, supositórios de glicerina e ração terapêutica gastrointestinal, de uso contínuo. Logo, foi solicitado a realização do exame tomográfico, no qual foi identificado estenose grave do canal pélvico, com diâmetro de aproximadamente 0,2 cm. Sendo assim, foi realizada a confecção de modelo 3D em tamanho real da pelve para avaliação do remodelamento anatômico e planejamento cirúrgico de correção da estenose ainda presente no canal. A abordagem cirúrgica se deu pela osteotomia em cunha do corpo do ílio direito com serra linear associado a colocação de placa bloqueada em T de 2,0 mm x 60 mm. No período pós-operatório, foi realizado o desmame das prescrições clínicas, cujo paciente se apresentou em bom estado geral e normoquesia parcial, em que não apresentava dor ou dificuldade para defecar, porém, as fezes ainda se apresentavam com aspecto achatado. Foram realizados exames radiográficos seriados de controle, sendo o último com 120 dias de pós-operatório, no qual foi observado, após consolidação óssea, diâmetro do canal pélvico de 0,9 cm. Ademais, conclui-se que, a técnica cirúrgica de correção da estenose grave do canal pélvico revelou-se satisfatória em relação aos sinais clínicos de disquesia e tenesmo, por mais que o estreitamento ainda seja presente.
Palavras Chave
Obstipação; Osteotomia ilíaca; Politrauma
Área
Cirurgia
Instituições
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA - USP) - São Paulo - Brasil
Autores
Pedro Gustavo Macedo Rihs, Alois Foltran Muller, Julia Belotto Guaraná, Samara Oliveira Pieritz, Andreia Volkis Carvalho, Thaís Rovere Diniz-Reis, Silvio Henrique Freitas