XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

INVESTIGAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA E TERAPIA CIRÚRGICA DE CÃES COM DIOCTOFIMATOSE AFETADOS PELOS DESASTRES CLIMÁTICOS DO RIO GRANDE DO SUL

Resumo para avaliação

A dioctofimatose é a infecção por Dioctophyme renale, um parasito de carnívoros com predileção renal. A doença se apresenta mais comum em regiões alagadiças, como a cidade de Pelotas - RS. Banhada por extensa bacia hidrográfica, às margens da Lagoa dos Patos, com clima úmido e alta presença de cães errantes e semidomiciliados, a cidade concentra as condições ideais para o desenvolvimento de D. renale. Assim, em Maio de 2024, ao ser atingida pelas fortes chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul, centenas de famílias foram desalojadas pela subida das águas dos rios da cidade e, principalmente, da Lagoa dos Patos. Centenas de cães e gatos foram emergencialmente alojados em abrigos temporários. Este trabalho descreve a busca ativa e o tratamento cirúrgico de cães com D. renale abrigados em Pelotas. Os pacientes foram avaliados por meio de ultrassonografia com foco renal bilateral. Ao todo, foram atendidos 214 cães, sendo diagnosticados 19 animais com D. renale. Dentre os positivos, destaca-se que 11 eram fêmeas e oito machos. Dentre os animais positivos, 17 apresentaram a parasitose renal, sendo que dois apresentavam preservação do parênquima renal, sendo submetidos à nefrotomia para remoção dos parasitos. Os demais, foram encaminhados para nefrectomia, sendo uma convencional e as restantes por videocirurgia. Dois cães foram diagnosticados apenas com vermes livres em cavidade abdominal. O cão adulto fez uma laparotomia exploratória, enquanto o filhote foi submetido à laparoscopia exploratória GASLESS. Os resultados reafirmam a alta prevalência de dioctofimatose na região e alertam para grave aumento na ocorrência da doença após os alagamentos. A dioctofimatose será ainda mais frequente nos cães da região expostos às enchentes. Observa-se uma ampla variação dentre as cirurgias realizadas, visto que há possibilidade de preservação renal em casos selcionados. Ademais, a parasitose ectópica é comum, sendo necessária a remoção dos parasitos para se evitar possível acometimento renal futuro e demais alterações, como peritonite. A ultrassonografia abdominal é um bom método diagnóstico e as abordagens cirúrgicas devem ser direcionadas de acordo com as necessidades do paciente, apresentando excelentes chances de recuperação.

Palavras Chave

verme gigante do rim; Dioctophyme renale; nefrectomia; nefrotomia

Área

Nefrologia e urologia

Instituições

UFPel - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Pâmela Caye, Lais Formiga da Silva, Ariane Diniz Silveira, Guilherme Albuquerque de Oliveira Cavalcanti, Eduarda Aléxia Nunes Louzada Dias Cavalcanti, Maurício Veloso Brun, Márcia Pla Balsco, Josaine Cristina da Silva Rappeti