Dados do Trabalho
Título
RETALHO DA ARTÉRIA ANGULARIS ORIS PARA RECONSTRUÇÃO DE FACE: RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
O retalho da artéria angularis oris em padrão axial, possui uma base vascular que fornece suprimento sanguíneo para a ferida cirúrgica pela comunicação entre a extremidade do retalho e a área doadora, consequentemente apresenta menos chance de necrose e inviabilidade do tecido, comparado ao retalho pediculado. O objetivo do presente trabalho é relatar um caso de um canino, shih tzu, fêmea, 9 anos, atendida pelo setor de Clínica Cirúrgica em Animais de Companhia no Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. A queixa principal da paciente era a presença de um nódulo medindo aproximadamente 2 cm de diâmetro por 2 cm de altura, em região nasal direita, dorsolateral, aderido e de consistência firme. No primeiro atendimento coletou-se material para realização de exame citológico, com resultado sugestivo de neoplasia maligna indiferenciada. Na avaliação pré-operatória a paciente não apresentou alterações significativas. Após planejamento cirúrgico, foi realizada a excisão cirúrgica do nódulo com margens laterais de 1 cm e linfadenectomia do linfonodo submandibular direito. Após a exérese, evidenciou-se extenso defeito na face, sendo necessária confecção de um retalho para reconstrução facial. Foi utilizado flap de padrão axial da artéria angular da boca, em que o angiossoma localiza-se na comissura labial e estende-se caudodorsal até a altura do atlas. Fez-se uma linha incisional dorsal à margem do arco zigomático direcionada até a base vertical do canal auditivo. Outra incisão foi traçada ventralmente, iniciando na borda caudal da comissura labial paralela ao ramo da mandíbula e, ao final, foi realizada uma linha vertical caudal na altura do atlas, conectando-as. Confeccionou-se o flap com divulsão delicada com auxílio de tesoura de íris. Este, foi rotacionado e acomodado cobrindo o defeito em plano nasal. Fez-se a dermorrafia com nylon 4.0 em padrão simples descontínuo, não realizou-se aproximação de subcutâneo. Após 3 dias de pós-cirúrgico a paciente foi avaliada e apresentava leve edema na região. Após 10 dias realizou-se a retirada dos pontos constatando-se cicatrização completa do local. O material coletado foi enviado para o laboratório de Patologia Geral da UENF, em que diagnosticou-se fibrossarcoma, tumor mesenquimal maligno pouco frequente em região de face, causado pelo crescimento desordenado dos fibroblastos. As margens laterais se apresentavam livres, contudo a margem profunda estava acometida. O linfonodo submandibular não apresentava células tumorais. A paciente foi encaminhada para acompanhamento com oncologista veterinário para realização de quimioterapia.
Palavras Chave
neoplasia; oncologia; fibrossarcoma; cirurgia reconstrutiva
Área
Cirurgia
Autores
Luísa Machado Duque, Flávia Peixoto de Castro, Raíssa de Souza Pizzo, Karina Fatima Alves de Oliveira, Thais Furtado de Almeida Santos, Jordana Brites Jeronimo , Livia Oliveira Vidal, André Lacerda de Abreu Oliveira