XV Congresso de Cirurgia do CBCV e V Congresso Internacional do CBCV - Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária

Dados do Trabalho


Título

ATRESIA ANAL E FÍSTULA RETO-URETRAL EM BEZERRO GIROLANDO

Resumo para avaliação

Atresia anal é a anomalia congênita mais comum em animais de produção, e pode estar associada a outras anomalias congênitas, tais como fístula retovaginal, agenesia renal, rins policísticos, criptorquidismo, agenesia do cólon, hipospadia, disrafismo espinhal e agenesia sacral ou coccígea. Embora a atresia anal associada à fístula retovaginal seja uma anomalia relativamente comum em ruminantes, a literatura é escassa sobre atresia anal e fístula retouretral acometendo bezerros. Assim, objetiva-se descrever um caso de atresia anal e fistula retouretral e a correção cirúrgica bem-sucedida em bezerro da raça Girolando. Um bezerro neonato da raça Girolando com 36 horas de vida foi encaminhado para atendimento hospitalar. Ao exame clínico, as alterações mais marcantes incluíam distensão abdominal com contrações esporádicas, edema prepucial e ausência de ânus. Durante as contrações abdominais era possível observar a eliminação de mecônio pelo prepúcio. Diante disso, o bezerro foi encaminhado para cirurgia de emergência. Após preparo rotineiro, o paciente foi submetido a anestesia, sendo realizado a MPA com Midazolam (0,1 mg/kg, IV) e indução com Propofol (3 mg/kg, IV) e Cetamina (1mg/kg, IV) . Em seguida, foi feita uma incisão circular(diâmetro aproximado de 4 cm), e divulsão romba subcutânea até a identificação do saco cego retal. Realizou-se e ancoragem do reto a pele, com 4 pontos de ancoragem equidistantes, seguida da abertura do reto com eliminação de aproximadamente 4 litros de mecônio e considerável quantidade de gás. Após a descompressão abdominal, foi realizada a ancoragem total do reto à pele em padrão simples separado com fio poliglecaprone n°1. O pós-operatório consistiu da administração de antibióticos (penicilina potássica: 30.000 UI/kg, QID, IV, 2 dias), antiinflamatórios (meloxicam: 0,25mg/kg, IV, 3 dias) e analgésicos (dipirona: 25mg/kg, IV, 5 dias). O curativo da ferida cirúrgica foi realizado duas vezes ao dia com solução de PVPI 1%, aplicação de spray a base de Oxitetraciclina e pomada repelente. Após a cirurgia não foi observado a eliminação de fezes pelo prepúcio. Entretanto, durante a micção observa-se a eliminação de urina pelo ânus e óstio prepucial, mostrando a persistência da fístula reto-uretral. O bezerro apresentou boa evolução, com alta clínica no 11º dia, após a retirada da dermorrafia. A atresia anal associada a uma fístula retrouretral possui um prognóstico reservado a desfavorável diante da urgência de se realizar a cirurgia. A fístula retouretral gera uma hidratação constante das fezes, podendo assim diminuir o tenesmo a longo prazo.

Palavras Chave

Atresia anal; bovino; fístula reto-uretral

Área

Cirurgia

Autores

Geovana Silva Carvalho, Letícia Vilela Silva Chagas, Andressa Barbosa Oliveira , Geisiana Barbosa Gonçalves, José Eduardo Lemes Silva, Fabiana Oliveira Fernandes, Elisa Cristina Gonçalves Silva, Antônio Carlos Lopes Câmara