Dados do Trabalho
Título
Estudo Retrospectivo de Recidivas de Prolapso de Glândula de Terceira Pálpebra Após Reposicionamento Cirúrgico em Cães da Raça Beagle
Resumo para avaliação
O prolapso de glândula de terceira pálpebra é uma condição frequentemente relatada em cães. Apesar das causas não serem bem elucidadas, sabe-se que pode ocorrer de forma secundária à processos inflamatórios e à fraqueza no tecido conjuntivo que mantém a glândula em sua posição anatômica. As raças de cães mais acometidas são: Cocker Spaniel, Bulldogs, Basset Hounds, Lhasa Apso, Shih Tzu e Beagle. A glândula corresponde a 40% da produção lacrimal e por este motivo não é recomendada sua excisão. O tratamento de eleição é o reposicionamento cirúrgico da glândula, no entanto, pode ocorrer recidiva até anos após a correção. Por este motivo, o presente trabalho objetivou realizar um estudo retrospectivo de recidivas de prolapso de glândula de terceira pálpebra após reposicionamento cirúrgico em cães da raça beagle. Foram analisados os prontuários de 30 Beagles que apresentaram prolapso de glândula de terceira pálpebra, uni ou bilateral, do Laboratório de Quimioterapia Experimental em Parasitologia Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro no período de 2019 a 2024. Todos foram submetidos ao procedimento de reposicionamento utilizando a técnica de Morgan. Dos 30 cães, 23,33% (n=7) tinham menos de um ano de idade, 66,66% (n=20) entre 1 e 5 anos e 10% animais (n=3) mais do que cinco. Foi observada mesma proporção (15:15) de machos e fêmeas acometidos. Os casos foram classificados entre crônicos (n=9; 30%) e agudos (n=21; 70%), a depender do tempo entre a ocorrência e a correção cirúrgica, sendo crônicos os casos em que o animal apresentava o prolapso há mais de 12 meses. Dos casos de prolapso unilateral (n=13), apenas 7,69% (n=1) apresentou recidiva. Dos acometidos bilateralmente (n=17), 29,41% (n=5) recidivaram, sendo quatro recidivas do olho esquerdo, uma do olho direito e nenhuma recidiva dos dois olhos. De todos os animais avaliados, apenas 6,6% (n=2) apresentaram recidiva mais de 12 meses após o procedimento. Destes, ambos eram casos crônicos. As demais recidivas ocorreram em até 14 dias após o reposicionamento. As recidivas podem ocorrer por fatores distintos, sejam inerentes ao material utilizado, ao temperamento do animal e/ou ao manejo pós-operatório, podendo ocorrer logo após a cirurgia ou tardiamente. Outras técnicas, como as de ancoragem da glândula, podem ser mais eficazes em casos de prolapsos mais extensos e crônicos, contribuindo para minimizar a ocorrência das recidivas.
Palavras Chave
cirurgia; oftalmologia
Área
Cirurgia
Instituições
UFRRJ - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Isabelle Vilela Bonfim, Anna Julia Bessa Fernandes, Gabriela Pereira Salça de Almeida, Carlos Eduardo Marques de Oliveir Filho , Liz Magalhães Waltenberg, Rayane Monteiro, Clara Rodrigues Dutra, Debora Azevedo Borges