Dados do Trabalho
Título
COMUNICAÇÕES ANÔMALAS PORTOSSISTÊMICAS INTRA E EXTRA HEPÁTICAS EM CÃO - RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
O desvio ou shunt portossistêmico é caracterizado por uma alteração hepática comum em pequenos animais, sendo determinado pela formação de vasos anômalos que desviam o sangue do sistema portal diretamente à circulação sistêmica, resultando em decréscimo de fluxo sanguíneo e disfunção hepática. Os vasos anômalos podem ser classificados como intra ou extra hepáticos, de acordo com a localização envolvendo ou não o seu parênquima. O diagnóstico é baseado no exame físico, achados laboratoriais, mas é definido principalmente por exames de imagem ou achados trans cirúrgicos. O presente estudo objetiva relatar uma paciente canina, 4 meses, da raça Cocker Spaniel, encaminhada para o setor de clínica cirúrgica do Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), com laudo tomográfico indicando presença de múltiplos shunts vasculares confluindo a existência de fístula arteriovenosa e comunicação portossistêmica através de vasos anômalos intra e extra hepáticos, além de sinais de hipertensão portal e presença de efusão peritoneal leve. Após a anestesia, tricotomia e antissepsia, com o paciente em decúbito dorsal, foi realizado o acesso pré-retro-umbilical, através de uma incisão na linha média ventral e inspecionada a cavidade abdominal para identificação dos mesmos. A prevalência de subtipos anatômicos de derivações de shunts intra e extra hepáticos não foi totalmente elucidada, e devido a isso, utilizamos o sistema de nomenclatura baseado em anatomia. Diante dos múltiplos desvios,o critério para oclusão vascular foi estabelecido através dos mais ingurgitados e tortuosos, sendo eles o gástrico frênico esquerdo, gástrico-cava esquerda com inserção pré hepática e veia mesentérica cranial. Procedeu-se, com a dissecção do tecido circundante e foram inseridos anéis ameróides ao redor do primeiro e segundo shunt, visando obstrução vascular gradativa, e o terceiro foi ocluído através da passagem da banda de celofane ao redor do vaso, com posterior fixação com hemoclips de titanium. Finalizada a realização da técnica, foi realizada a síntese da cavidade abdominal com fio o de poliglecaprone número 3-0, em seguida rafia do subcutâneo com fio poliglactina 910 em padrão simples contínuo e coaptação da pele com fio náilon 3-0 em padrão Wolff. A paciente foi encaminhada à internação para monitoramento intensivo e liberada 48 horas após o procedimento cirúrgico, sem intercorrências pós-operatórias. Em suma, destacamos a possibilidade da realização da técnica, com uso e a viabilidade da utilização de dois métodos com objetivos semelhantes para oclusão de múltiplos vasos anômalos.
Palavras Chave
Anomalia vascular; Banda de celofane; cirurgia
Área
Cirurgia
Autores
Laylla Plouvier Oliveira, Ademila Fernandes Soares, Flavia Peixoto Castro, Tainara Micaele Bezerra Peixoto, Marina Boechat Vargas Andrade, Blenda Ferreira Gomes Oliveira , Ana Beatriz Paes Peixoto, Andre Lacerda Abreu Oliveira