Dados do Trabalho
Título
RINOPLASTIA EM CÃO ACOMETIDO POR CANDIDA ALBICANS: RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
Fungos do gênero Candida são comensais na microbiota dos homens e animais, estando relacionado a ocorrência de enfermidades, a distúrbios imunológicos, químicos e físicos de proteção. As infecções por Candida spp em sistema respiratório superior, são pouco frequentes em pequenos animais, com isso, o objetivo deste trabalho é relatar a laboração de rinoplastia devido a infecção por Candida albicans em cão. O animal, sem raça definida, de aproximadamente 12 anos, foi encaminhado ao setor de cirurgia do Hospital Veterinário de Pequenos Animais da Universidade de Brasília com suspeita de piometra. No entanto, no momento da consulta foram observados nódulos mamários, dificuldade respiratória, secreção mucopurulenta e necrose nasal, segundo a tutora os sinais respiratórios iniciaram 60 dias antes da consulta. Durante o procedimento de ovariohisterectomia terapêutica, foram realizados exames citológicos e histopatológicos de região nasal, sem alterações significativas, no entanto, foi isolado Candida albicans na cultura fúngica. Com isso, o animal foi submetido ao tratamento da candidíase nasal com itraconazol 10mg/Kg e nebulização durante 60 dias. Todavia, após a resolução da infecção, o tecido cicatricial resultou em estenose total das narinas. O paciente foi submetido então a anestesia geral inalatória e posicionado em decúbito esternal para abordagem cirúrgica. Após a tricotomia e antissepsia, a pele e mucosa da região rostral do nariz, foram incisados, realizado o remodelamento e retalho cutâneo da região dorsal das fossas nasais, buscando refazer o padrão anatômico da espécie. Foram executadas suturas de padrão simples interrompido com fio monofilamentar sintético absorvível (caprofyl®) 3-0 e implantado parte de sonda uretral tamanho 14 FR nas duas fossas nasais com fio monofilamentar sintético inabsorvível (nylon®) 2-0, a fim de evitar estenose no processo cicatricial. Para pós-operatório foi prescrito AINE, analgesico, antibioticoterapia profilática, limpeza da ferida cirúrgica com solução fisiológica NaCl 0,9% e uso de pomada cicatrizante 2 vezes ao dia até a retirada de suturas. Durante o pós-operatório o paciente realizou retornos semanais periódicos com melhora significativa no quadro respiratório, além de boa cicatrização da ferida cirúrgica, sendo feito assim a retirada dos pontos inabsorvíveis e da sonda após 22 dias. Portanto, apesar da ocorrência de Candida albicans não ser frequente na clínica de pequenos animais, é necessário compreender as alterações anatômicas e morfológicas que o quadro crônico da infecção pode causar, a fim de uma melhor associação de tratamento clínico e cirúrgico quando necessário, melhorando desta forma a qualidade de vida dos animais acometidos.
Palavras-chave
candidose, cirurgia veterinária, cirurgia reconstrutiva, fossas nasais, infecção
Área
Cirurgia Reconstrutiva
Instituições
Universidade de Brasília - Distrito Federal - Brasil
Autores
Aline Stephanie Silva Carvalho, Ana Beatriz Izidro Gomes, Brendha Mendes Ferreira, Camila Marques dos Santos, Ingrid Baraldi Simões de Moraes, Jeanne Cristina Paolini Pinho, João Vitor Basilio Ibiapina, Lara Regina Pontes Cury, Maylane Tavares Ferreira da Silva, Paula Diniz Galera, Rômulo Vitelli Rocha Peixoto