XIV Congresso de Cirurgia Veterinária e IV Congresso Internacional do CBCV

Dados do Trabalho


Título

FERRITINA COMO BIOMARCADOR INFLAMATORIO EM CAVALOS COM COLICA

Resumo para avaliação

A ferritina tem sido usada como marcador inflamatório positivo em humanos, podendo aumentar de duas a quatro vezes na fase aguda. Ela é produzida e secretada por principalmente hepatócitos, mas em quadros inflamatórios também é secretada por macrófagos e células neoplásicas. Sua expressão é influenciada pela disponibilidade de ferro, presença de estresse oxidativo e citocinas pró- e anti-inflamatórias. Pelo presente, avaliou-se o uso da ferritina, ferro e transferrina como marcadores inflamatórios de fase aguda em pacientes equinos hospitalizados com sinais de dor abdominal. Esses marcadores foram mensurados em conjunto com proteína total, fibrinogênio, albumina e haptoglobina. Foram avaliados 22 cavalos divididos em grupo controle (GC), composto por cavalos hígidos, idade de 12 a 15 anos, sete machos e três fêmeas (n = 10) e grupo obstrutivo (GO), composto por cavalos com abdômen agudo tratados cirurgicamente, idade de um a 18 anos, sete machos e cindo fêmeas (n=12). O grupo GO foi subdivido de acordo com a etiologia da inflamação, sendo GO2 animais com vólvulo de intestino delgado; GO3 hernia inguinal; GO4 vólvulo de intestino grosso. Foram coletadas amostras de sangue venoso em tudo contendo 3,2% de citrato de sódio e tudo seco no momento da admissão, antes de qualquer intervenção terapêutica no grupo GO e pela manhã no grupo controle. Em todos os processos inflamatórios houve mudanças significativas nas concentrações de ferro, transferrina, proteína total, albumina, haptoglobina e fibrinogênio. A concentração de ferro diminuiu em quadros inflamatórios. A haptoglobina e o fibrinogênio apresentaram correlação moderada e forte com óbito, respectivamente. A concentração de ferritina não apresentou correlação com inflamação em nenhum dos animais avaliados. Os resultados apontam para ausência de especificidade e ausência de associação entre mudanças na concentração sérica de ferritina em animais com síndrome cólica e suas diferentes etiologias, sendo assim uma única aferição da concentração de ferritina não pode ser considerada como um marcador inflamatório confiável em equinos com abdômen agudo e necessidade de intervenção cirúrgica.

Palavras-chave

Equino, abdômen agudo, inflamação, fibrinogênio, ferro.

Área

Intensivismo

Instituições

Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária, Universidade Estadual Paulista – Unesp. Câmpus de Jaboticabal - SP - São Paulo - Brasil

Autores

Paulo Aléscio Canola, Beatriz Estevez de Oliveira, Rodrigo Francisco de Salles, Edmilson Rodrigo Daneze, Marcia Ferreira da Rosa Sobreira