XIV Congresso de Cirurgia Veterinária e IV Congresso Internacional do CBCV

Dados do Trabalho


Título

IDENTIFICAÇÃO DE LESÃO PULMONAR IATROGÊNICA, INDUZIDA PELA ANESTESIA GERAL EM CAVALOS MANTIDOS EM DECÚBITO DORSAL E LATERAL, POR MEIO DA ECOCARDIOGRAFIA CONTRASTADA POR MICROBOLHAS

Resumo para avaliação

A anestesia geral em equinos permite a realização de muitos procedimentos cirúrgicos. Entretanto, pode promover complicações ao dificultar as trocas gasosas no pulmão ao atuar na diminuição da relação ventilação/perfusão, atelectasia pulmonar e queda na pressão arterial. Os efeitos depressores respiratórios promovidos pelos anestésicos inalatórios aumentam o shunt intrapulmonar e contribuem para a hipoperfusão pulmonar. Ainda, a ventilação controlada pode levar a lesões pulmonares decorrentes de altas pressões inspiratórias e grandes distensões alveolares. Devido à anatomia dos equinos, a posição quadrupedal favorece as trocas gasosas e a função pulmonar ideal. Porém, no decúbito dorsal, o pulmão sofre pressão do compartimento abdominal por meio do diafragma, com consequências negativas diretas para as trocas gasosas. No homem, a hipertensão portal em pacientes com doença hepática crônica pode levar à síndrome hepatopulmonar (SHP). Os portadores da SHP, possuem alterações nos gases sanguíneos que refletem a presença de shunt intrapulmonar secundário às dilatações vasculares intrapulmonares. O diagnóstico da SHP pode ser obtido por meio de avaliação ecocardiográfica transtorácica contrastada com microbolhas. Foi adaptada a ecocardiografia transtorácica contrastada com microbolhas para os cavalos, a fim de ser utilizada como método diagnóstico não invasivo de lesões pulmonares na espécie. Nesse âmbito, buscou-se verificar o potencial uso do teste de ecocardiografia contrastada por microbolhas no diagnóstico de shunts pulmonares, possivelmente ocasionados pela anestesia inalatória nos cavalos. Para isso, até o presente momento, foram avaliados 10 animais com necessidade de tratamento cirúrgico, os quais foram submetidos ao teste de microbolhas durante o procedimento anestésico. As avaliações foram conduzidas em intervalos de 20 minutos e persistiram até o término da anestesia. Para tal, 60 mℓ de solução contrastada de microbolhas foram injetadas na veia jugular externa dos pacientes. Concomitantemente, por meio da ecocardiografia foi averiguada a passagem potencial de contraste das câmaras cardíacas direitas para as esquerdas. Nos animais avaliados até o momento, foi possível visualizar a passagem do contraste de microbolhas no ventrículo esquerdo de apenas um paciente, o qual foi mantido em decúbito lateral esquerdo por período anestésico de 3,5 horas.

Palavras-chave

Anestesia inalatória, teste de microbolhas, equinos, shunt intrapulmonar

Área

Cirurgia de Equinos

Instituições

UNESP - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - São Paulo - Brasil

Autores

Maria Luiza Favero, Paulo Aléscio Canola, Beatriz Estevez de Oliveira, Júlia Moslavacz de Sá