Dados do Trabalho

Título

VENOTOMIA DA CAVA CAUDAL PARA REMOÇAO DE GRANULOMA INTRAVASCULAR SECUNDARIO A LEISHMANIOSE VISCERAL EM CAO: RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

A leishmaniose visceral é uma zoonose causada por parasitas intracelulares (Leishmania spp), que tem a capacidade de se multiplicar e migrar por via linfática ou sanguínea para diversos órgãos e tecidos. Um dos mecanismos da doença é a formação de granulomas resultantes da reação inflamatória e cicatricial. A proliferação tecidual intravascular é rara, mas, quando acontece, pode causar embolia, obstrução parcial ou total do fluxo sanguíneo. O presente relato descreve a remoção de um granuloma que obstruía a veia cava caudal em sua porção imediatamente cranial às veias renais. O paciente apresentava edema nos membros pélvicos e foi submetido à tomografia, que revelou a neoformação intravascular. Inicialmente a suspeita era de neoplasia, uma vez que havia histórico de mastocitoma. Realizou-se laparotomia por incisões combinadas – linha média e paracostal direita. A veia cava foi dissecada e ocluída com pinças Bulldog. Procedeu-se a venotomia longitudinal e a remoção da estrutura intravenosa. O lúmen vascular foi irrigado com solução fisiológica aquecida e realizou-se angiorrafia com sutura simples continua e fio Prolene® 4-0. Após completa hemostasia foi administrada heparina pela via intravenosa (100 UI/kg IV). A laparorrafia foi realizada pela técnica rotineira. No pós-operatório, foi mantido protocolo anti-coagulante com heparina (100 UI/kg SC, 3 dias), além de clopidogrel (2 mg/kg PO, uso contínuo). O exame histopatológico revelou tecido de granulação com formas amastigotas de Leishmania spp, o que permitiu o diagnóstico de Leishmaniose visceral. A evolução foi extremamente favorável e o paciente encontra-se assintomático com 90 dias de pós-operatório.

Palavras-chave

venotomia, leishmaniose, cava, trombo