Dados do Trabalho
Título
OSTEOPATIA HIPERTROFICA ASSOCIADA A METASTASE PULMONAR DE OSTEOSSARCOMA EM CAO: RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
A osteopatia hipertrófica (OHP) é uma desordem osteoproliferativa periosteal que afeta principalmente as extremidades de ossos longos, suscitada por uma resposta óssea a uma doença crônica, geralmente intratorácica, com características malignas ou não. A fisiopatogenia da doença não está totalmente esclarecida, uma hipótese é que a liberação de citocinas neoplásicas favorece o desenvolvimento de anastomoses arteriovenosas que comprometem a microcirculação, levando à congestão venosa passiva e proliferação periosteal adjacente. Outras teorias citam fatores humorais e hipóxia. Os cães apresentam como principais sinais clínicos, claudicação, tumefações dolorosas, andar relutante, febre, tosse e dispneia. O exame radiográfico é o método auxiliar mais importante para o diagnóstico de OHP, evidenciando linhas radiotransparentes anormais nas metáfises distais e proliferação periosteal. Os exames laboratoriais podem estar normais ou revelarem leucocitose. Este trabalho tem por objetivo relatar o caso de uma cadela de 9 anos de idade, sem padrão racial definido e 25 kg de peso corporal, atendida no HV-UFLA e diagnosticada com osteossarcoma apendicular em membro torácico direito. O histórico consistia em claudicação e aumento de volume em região proximal de úmero. A paciente apresentava exames laboratoriais dentro da normalidade, e os exames de imagem não evidenciaram metástases. O diagnóstico se deu por meio de exame citológico e padrão radiográfico característico, o “sunburst”. O animal passou por intervenção cirúrgica de amputação do membro, e a análise histopatológica corroborou com a citológica. Após recuperação cirúrgica, foi iniciada quimioterapia adjuvante. A pesquisa de metástase era realizada bimestralmente. Após 11 meses do diagnóstico, a paciente apresentou sinais de tosse, cansaço, claudicação e edema em carpo, tarsos e região distal de rádio e ulna. Constatou-se metástase pulmonar no exame radiográfico, que foi ratificado pela tomografia computadorizada. A radiografia dos membros salientou proliferação óssea do tipo “paliçada” em metáfise de rádio e ulna, ossos metacarpianos, metatarsianos e falanges, além de aumento de volume dos tecidos moles adjacentes. Os exames laboratoriais evidenciaram altos níveis de FA e ALT, e leucocitose, sendo o primeiro, fator prognóstico para desenvolvimento da OHP. Como recurso terapêutico, optou-se pela realização de mesmo protocolo quimioterápico associado ao fornecimento de corticoide, visando amenizar os sinais clínicos e aumentar a reabsorção óssea. A paciente apresentou redução considerável das enzimas hepáticas após as duas primeiras sessões, assim como melhora dos sintomas. Não há tratamento específico para a OHP, mas a remoção da injúria primária pode levar a remissão da hiperostose, o que não foi possível por opção dos tutores.
Palavras-chave
osteossarcoma, amputação, cão, metástase.
Área
Oncologia
Instituições
Universidade Federal de Lavras (UFLA) - Minas Gerais - Brasil
Autores
Victória Franciscani Coimbra, Paloma Simão Resende Vaz, Gabriela Rodrigues Sampaio, Rogério Magno do Vale Barroso