XIV Congresso de Cirurgia Veterinária e IV Congresso Internacional do CBCV

Dados do Trabalho


Título

REMOÇAO DE ESPINHO DE OURIÇO (COENDOU SP) INTRATORACICO POR TORACOSCOPIA EM CAO

Resumo para avaliação

Acidentes com o ouriço (Coendou sp) ocorrem em áreas rurais ou em locais onde ainda existe mata preservada em várias regiões do Brasil. Junto à sua pelagem, possuem espinhos córneos muito fortes que penetram na pele do seu agressor ao ser agredido. Naturalmente, os cães encontram esses animais silvestres e por instinto tentam mordê-los, ocorrendo os acidentes. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um cão com infecção intratorácica por causa desconhecida, no qual durante procedimento de toracoscopia foi localizado um espinho de ouriço aderido à parede costal que foi removido com auxílio de pinça Crile. Um cão de quatro anos de idade e 15 Kg, fêmea, sem raça definida, sem histórico prévio de trauma, foi atendido após apresentar quadro de dispneia por sete dias. O paciente já havia passado por atendimento anterior onde foi prescrito tratamento antimicrobiano, contudo, ao final do tratamento, os sintomas retornaram. Exames complementares de imagem constataram grande quantidade de efusão, a qual foi drenada e analisada, compatível com exsudato séptico. O paciente foi encaminhado para o centro cirúrgico, onde realizou procedimento de toracoscopia. No procedimento, foi posicionado um portal de 11 milímetros (mm) no oitavo espaço intercostal esquerdo, ao nível da articulação costocondral. Sob a visão de uma ótica de 10mm e 30° foi posicionado um segundo portal de 11mm na região paraxifóide. A ótica foi reposicionada para o segundo portal permitindo a inspeção, coleta de biopsias, lavagem e drenagem da cavidade, que apresentava pleurite e depósito de tecido fibrinóide de coloração avermelhada com pontos brancos descamativos, sugestivos de infecção bacteriana. Durante inspeção final, foi visualizada uma estrutura pontiaguda de coloração escura, aderida a musculatura costal esquerda que, com auxílio de uma pinça hemostática Crile curva, foi removida. Um dreno de tórax foi posicionado na ferida do acesso paraxifóide após passagem por túnel subcutâneo, as feridas de acesso foram suturadas e a pressão negativa intratorácica reestabelecida. Logo após o procedimento e remoção do corpo estranho, foi instituído tratamento antibacteriano e a paciente retornou ao estado hígido. O laudo histopatológico da estrutura pontiaguda foi compatível com pelo histriciforme (espinho de ouriço). Logo foi possível observar que o procedimento de toracoscopia proporcionou rápida recuperação ao paciente, sendo decisivo na localização do corpo estranho causador da infecção.

Palavras-chave

Acidente; Cão; Cirurgia; Espinho; Vídeo.

Área

Videocirurgia

Instituições

Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Rainer da Silva Reinstein, Pâmela Caye, Bernardo do Nascimento Antunes, Eliza Ferreira da Rosa, João Segura Engelsdorf, Franciéli Mallmann Pozzobon, Daniel Curvello de Mendonça Müller, Maurício Veloso Brun