Dados do Trabalho
Título
OXIGENIOTERAPIA HIPERBARICA COMO ADJUVANTE NO TRATAMENTO DE TROMBOEMBOLISMO E PREPARO PARA IMPLANTAÇAO DE PROTESE OSTEOINTEGRADA
Resumo para avaliação
Nos felinos, a neuromiopatia isquêmica é a doença que mais comumente leva à amputação. Tal condição é considerada grave e caracteriza-se quando um trombo se desprende e, através da circulação, instala-se na trifurcação aórtica, comprometendo a irrigação sanguínea dos membros pélvicos. Na medicina, o uso de próteses em membros é amplamente difundido. No entanto, na medicina veterinária, por ser de difícil acesso, na maioria dos casos, opta-se pela amputação total do membro quando há indicação. O objetivo do estudo é reportar o emprego da oxigenioterapia hiperbárica (OHB) e seus resultados na neuromiopatia isquêmica e no preparo do paciente para receber implante osteointegrado. Uma felina de seis meses de idade, sem raça definida, retornou para atendimento após ser submetida, sete dias antes, à cirurgia de redução de hérnia diafragmática traumática. No referido procedimento sofreu uma parada cardiorrespiratória. A paciente apresentava-se prostrada com paralisia aguda dos membros pélvicos, com evolução de 24 horas. Após terapia de suporte e diagnóstico de tromboembolismo aórtico definido, a paciente passou a receber tratamento adjuvante com OHB desde o primeiro dia de internação. As sessões ocorreram em câmara hiperbárica exclusiva para animais com duração de 45 minutos, a 2,5 atmosferas absolutas de pressão e oxigênio à 100%, inicialmente, a cada 24 horas. As regiões distais de ambos os membros pélvicos começaram a apresentar desvitalização tecidual e edema nos primeiros cinco dias de internação. O membro pélvico direito (MPD) apresentou maior comprometimento dos tecidos, estendendo-se até a região da articulação tarsometatársica. Seguindo evolução, após 32 dias, iniciando protocolo de OHB a cada 48 horas, a paciente apresentou tecido de granulação exuberante. O MPD evoluiu para gangrena da região metatársica e falanges, enquanto o MPE apresentou divulsão óssea da primeira, terceira e quarta falanges. Devido ao prognóstico desfavorável da viabilidade do membro, optou-se pela amputação parcial do MPD e aplicação de prótese intraóssea auto rosqueada. Após incisão de pele e subcutâneo em região de articulação tarsometatarsiana e divulsão da musculatura, os ossos remanescentes e falanges foram removidas até a altura do tarso. Na sequência, foi nivelada e perfurada a região central do osso e realizada fixação do implante de titânio. Por fim, foi realizada aplicação de parafuso na prótese externa do implante osteointegrado, concluindo a implantação. No presente caso, conclui-se que o uso de OHB auxiliou a evitar progressão da necrose dos membros pélvicos resultando em melhora clínica do paciente e proporcionou leito saudável para aplicação da prótese osteointegrada.
Palavras-chave
Cirurgia; Gato; Implante; Terapia; Tromboembolismo.
Área
Novas Terapias
Instituições
Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Rainer da Silva Reinstein, Pâmela Caye, Emanuelle Bortolotto Degregori, Bernardo do Nascimento Antunes, Franciéli Mallmann Pozzobon, Daniel Curvello de Mendonça Müller, Maurício Veloso Brun