Dados do Trabalho

Name: XIV Congresso de Cirurgia Veterinária e IV Congresso Internacional do CBCV
Start: 2022-11-07
End: 2022-11-09
Location: Oceania Park Hotel SPA & Convention Center

Título

EVISCERAÇAO OCULAR MODIFICADA NUM PINGUIM DE MAGALHAES (SPHENISCUS MAGELLANICUS): RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

A remoção do globo ocular esta indicada em inúmeras situações clínicas. Apesar dos resultados promissores da evisceração ocular modificada em aves, os casos clínicos documentados ainda são escassos. Objetiva-se relatar a técnica de evisceração ocular modificada utilizada num Pinguim de Magalhães. Um Pinguim de Magalhães (Spheniscus magellanicus), juvenil, fêmea, com 1,5kg foi atendido com histórico de trauma ocular há três semanas. No exame foram observadas laceração palpebral e perfuração do olho direito. Não foi possível avaliar estruturas intraoculares devido ao edema corneano intenso. O olho esquerdo não apresentava alterações. Devido à gravidade das lesões foi indicada a remoção do globo ocular direito. Foi realizado hemograma e exames bioquímicos, os quais estavam dentro da normalidade para a espécie. Após jejum sólido de seis horas foi feita pré-medicação e indução anestésica. A anestesia geral foi mantida com isoflurano vaporizado em oxigênio a 100%. O paciente foi posicionado em decúbito lateral numa almofada de aquecimento. Foi feita antissepsia da área operatória com iodopovidona(1:50). O procedimento foi realizado com microscópio cirúrgico. Realizou-se cantotomia lateral e um blefarostato foi colocado sob as pálpebras. A córnea foi incisada com um bisturi e a incisão ampliada com tesoura de córnea. Uma espátula de ciclodiálise foi usada para dissecar a esclera da úvea. A úvea foi apreendida com fórceps e as demais estruturas intraoculares foram removidas. A membrana nictitante e as margens das pálpebras superior e inferior foram excisadas com tesoura de íris. Realizou-se sutura contínua simples com poliglactina 7-0 no tecido subcutâneo. A síntese cutânea foi realizada com polipropileno 5-0 em padrão simples interrompido. Não houveram intercorrências durante o procedimento. O paciente permaneceu internado durante três semanas sendo diariamente avaliado. As suturas da pele foram removidas 10 dias após o procedimento e a ferida cirúrgica cicatrizou normalmente. Durante quatro meses de pós operatório foram feitas avaliações e não foram observadas complicações. Com base nos resultados apresentados, pode-se concluir que a evisceração ocular modificada pode ser uma técnica viável para utilização em Pinguins de Magalhães.