Dados do Trabalho
Título
HEMIPELVECTOMIA PARCIAL PARA TRATAMENTO DE ANGUSTIA PÉLVICA EM CADELA – RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
As fraturas de pelve apresentam-se de forma geral multifragmentares, e podem resultar em comprometimento do canal pélvico. A admissão do tratamento conservador inoportuno ou da não realização do reparo cirúrgico implica em complicações, como o significativo estreitamento do canal pélvico após a indesejada consolidação do corpo do ílio. A hemipelvectomia parcial ou total é designada como opção de tratamento bem sucedido. Objetivou-se com este relato descrever a hemipelvectomia para correção de angústia pélvica grave em cão com múltiplas fraturas de pelve. Foi atendida uma cadela, SRD, com 6 anos de idade, castrada, e histórico de trauma automobilístico há um ano e meio. O animal já havia sido submetido a três procedimentos cirúrgicos, porém ainda manifestava dor, claudicação de membros pélvicos, obstipação e retenção urinária. Ao exame radiográfico foi verificada a presença de placa de reconstrução no ílio e parafuso sacroíliaco. À tomografia computadorizada associada a cistografia foram constatados fraturas completas, múltiplas em ilio direito e esquerdo, púbis, acetábulos e tabua isquiática, luxação em articulação sacroilíaca direita e estreitamento do canal pélvico (angústia pélvica). Adicionalmente, foram verificados a presença de implantes (placas e parafusos) das cirurgias anteriores em articulação sacroíliaca direita, em ílio esquerdo e em fêmur esquerdo, e reto deslocado lateralmente a direita e comprimido entre fragmento ósseo e acetábulo direito. As estruturas urinárias apresentavam-se dentro da normalidade, constatando ausência de estenose em uretra pélvica, comprovando a retenção urinária neurogênica. A paciente foi submetida a hemipelvectomia parcial esquerda, medial a caudal, por meio de osteotomia do ísquio e porção caudal do ílio, os quais foram excisados em conjunto ao membro pélvico esquerdo. A paciente evoluiu bem, sem grandes complicações pós-operatórias e com boa função deambulatória. A cirurgia possibilitou a liberação da região do reto e uretra pélvica, e retorno da capacidade de evacuação. A retenção urinária, contudo, se manteve no período pós-operatório, uma vez que era decorrente de lesão neurogênica e não por estenose. A retenção urinária foi tratada por meio de cateterização vesical intermitente, e betanecol associado a diazepam com retorno da micção espontânea da paciente após três meses. Conclui-se que a técnica de hemipelvectomia parcial foi eficiente para o tratamento da angustia pélvica e obstipação da paciente relatada.
Palavras-chave
Pelve; estenose; cão.
Área
Ortopedia
Instituições
Médica Veterinária Autônoma - Minas Gerais - Brasil
Autores
Paula Reis Faria, Nathália Gonçalves Santana , Livia Santos Coelho , Caroline Domingos Costa, Victor José Vieira Rossetto