Dados do Trabalho
Título
TRATAMENTO MULTIMODAL PARA ASTROCITOMA ANAPLASTICO ESPINHAL EM CAO – RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
O astrocitoma anaplásico é um tumor originado preferencialmente no encéfalo, classificado em anaplásico pelo seu potencial de diferenciação celular. O acometimento espinhal é raro. O plano terapêutico do astrocitoma envolve a realização de cirurgia descompressiva. Déficits neurológicos, contudo, são comuns em razão do grau e tempo de compressão. Neste sentido, técnicas fisiátricas e outras técnicas visam acelerar a recuperação da função neurológica. Foi atendido um cão macho, sem raça definida, de oito anos de idade, e 6 kg de peso corpóreo, com histórico de claudicação crônica e progressiva de membro pélvico esquerdo, e déficit proprioceptivo em membros torácicos, sem melhora com o tratamento conservativo incluindo a administração de cimicoxib (2mg/kg ao dia) e fisioterapia, evoluindo para tetraparesia não ambulatória. Ao exame neurológico, o paciente apresentava ainda aumento do tônus muscular e ausência de dor superficial em membros torácicos, anisocoria, estrabismo, e hiperreflexia patelar bilateral. Solicitada tomografia computadorizada, a qual permitiu a visualização de estrutura intramedular entre C2-C3, ocupando 90% do canal medular. Devido a isso, o paciente foi submetido a laminotomia de C2, e a lesão submetida a “debulking”, sendo encaminhada para avaliação histopatológica, a qual foi condizente com astrocitoma anaplástico. No pós-operatório, o paciente manteve déficit proprioceptivo dos quatro membros, com nocicepção preservada, além de retenção urinária espástica e retenção fecal. Indicada lomustina e tratamento fisioterápico, incluindo magnetoterapia, ultrassom terapêutico, cinesioterapia, e hidroterapia, durante 10 sessões. O animal apresentou gradualmente retorno da capacidade deambulatória, com manutenção de déficit proprioceptivo após o tratamento descrito. A cirurgia é o tratamento de eleição para lesões compressivas espinhais. Lesões infiltrativas, contudo, não podem ser excisadas completamente sob o risco de deterioração da função neurológica. Déficits neurológicos pós-operatórios devem ser tratados por meio de tratamento multidisciplinar incluindo quimioterapia e reabilitação. O tratamento implementado permitiu boa evolução clínica, e demonstrou melhora significativa na condição neurológica e qualidade de vida do paciente relatado, mesmo diante de um prognóstico reservado a desfavorável.
Palavras-chave
Palavras-chave: Fisioterapia; Cirurgia descompressiva; Coluna cervical
Keywords: Physiotherapy; Decompressive surgery; Cervical spinal cord
Área
Neurocirurgia
Instituições
VetFocus - São Paulo - Brasil
Autores
Julia Pessoa Barbosa Oliveira, Brenda Costa Silva Fruk Guelfi, Nathália Gonçalves Santana, Juliana Emerick Reis Delecrodi, Karen Yumi Ribeiro Nakagaki, Paula Reis Faria, Rafaela Lopes Ferreira Maia, Victor José Vieira Rossetto