Dados do Trabalho
Título
CRANIECTOMIA PARA DRENAGEM DE HEMATOMA EPIDURAL EM CAO
Resumo para avaliação
O trauma crânio encefálico (TCE) é causa de significativa morbidade e mortalidade em cães e gatos, podendo ocorrer a partir de muitos tipos de traumas, os quais incluem acidentes automobilísticos, lesões por projéteis ou por esmagamento, ataques de outros animais, trauma infligido por humanos e quedas. A Escala de Coma de Glasgow (ECG) modificada é utilizada em cães a partir de pelo menos, 3 meses de idade, para definir a gravidade da lesão e o prognóstico. Outros achados clínicos como hiperglicemia e sinais evidentes de pressão intracraniana (PIC) aumentada como ausência de reflexo pupilar, presença de reflexo de Cushing, alteração do estado mental. No contexto de TCE, a craniectomia descompressiva, pode ser empregada em animais com sinais de aumento da PIC, podendo também ser útil para drenagem de hematomas. Tendo em vista as divergências referentes ao encaminhamento de animais com traumatismo crânio encefálico grave à cirurgia, o presente trabalho objetivou relatar um caso de craniectomia descompressiva em um canino com traumatismo craniano grave. O procedimento foi realizado num canino, macho, SRD, com 12 dias de vida, que havia sido pisado por sua própria mãe, o animal chegou em consulta apresentando crise epilética, obnubilado, pouco responsivo a estímulos dolorosos. À avaliação física, notou-se modificação na conformação craniana. A terapia inicial foi realizada com uso de anticonvulsivantes, fluidoterapia, analgesia e aquecimento. O animal foi submetido a ultrassonografia trans-craniana, que revelou fratura de crânio, com a presença de um extenso hematoma epidural causando compressão encefálica. Em vista da baixa resposta do paciente a terapia clínica medicamentosa empregada, optou-se pela drenagem cirúrgica do hematoma. Para tal, foi realizada a craniectomia parietal e drenagem do hematoma epidural. Após 2 horas do procedimento cirúrgico, o animal não apresentava mais crises epiléticas, estava acordado e se locomovendo, como também respondia a estímulos dolorosos. Após 10 dias o animal apresentava-se com comportamento normal e sem relatos de crises epiléticas. O presente relato demonstra que o referido procedimento cirúrgico foi eficaz para a drenagem do hematoma e descompressão do tecido encefálico, tendo se recuperado totalmente em 10 dias, não sendo observado nesse período nenhuma sequela.
Palavras-chave
Palavras chave: craniectomia, cão, hematoma epidural, trauma crânio encefálico
Área
Neurocirurgia
Instituições
Universidade Nova Iguaçu - São Paulo - Brasil
Autores
Camilla Soares Lopes, Renato Moran Ramos, Tatiane Monteiro de Jesus, Isabella de França Cardoso Guzzardi, Daniela Fantini Vale