XIV Congresso de Cirurgia Veterinária e IV Congresso Internacional do CBCV

Dados do Trabalho


Título

DERIVAÇAO VENTRICULOPERITONEAL UTILIZANDO VALVULA DE BAIXA PRESSAO PARA O TRATAMENTO DE HIDROCEFALIA ADQUIRIDA EM CAO – RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

A hidrocefalia é caracterizada pela dilatação de todos ou de alguns dos ventrículos cerebrais, e classificado em congênito ou adquirido. Na hidrocefalia adquirida, a dilatação dos ventrículos é ocasionada por processos obstrutivos que dificultam a drenagem do liquido. Foi atendido um canino, da raça Yorkshire, macho, de 12 anos de idade, devido a ataxia, ventroflexão e “head-tilt” para o lado esquerdo, obnubilação, disfonia, déficit de nervos cranianos e proprioceptivo em membros torácicos e pélvicos. Indicada tomografia computadorizada de crânio, cujos achados foram condizentes com ventriculomegalia (hidrocefalia), presumidamente adquirida devido à ausência de manifestações neurológicas prévias e à idade do paciente. Instituído omeprazol e prednisolona. Houve resposta clínica temporária, e devido a isso foi indicada derivação ventriculoperitoneal com válvula de baixa pressão. Para isso, foi inserida a sonda no interior do ventrículo dilatado, conforme planejamento. Para isso foi realizado orifício no osso frontal, até a visualização da supra-aracnóide, a qual foi transfixada em conjunto com o parênquima utilizando-se o próprio mandril da sonda. A sonda foi fixada por meio de sutura periosteal, e acoplada à válvula, posicionada sob a pele da região caudal da pina esquerda. O componente abdominal foi acoplado à válvula, posicionado em tunelização subcutânea até seu ponto de inserção na cavidade abdominal. Por meio de incisão caudoventral à última costela ipsilateral, a sonda foi inserida em direção epigástrica, e fixada por meio de sutura em fáscia muscular. Mantido tratamento conservativo supracitado. O animal apresentou melhora gradativa dos sinais clínicos. Aos 45 de pós-operatório, contudo, tornou a apresentar ataxia. Devido a isso, o paciente foi encaminhado para revisão do sistema sob suspeita de obstrução da derivação. Em abordagem por incisão caudoventral à costela esquerda, foi realizada exposição da extremidade abdominal da derivação e constatação de livre drenagem de liquor límpido e incolor, indicando possível obstrução no interior da cavidade abdominal. A mesma foi cautelosamente reposicionada. O animal apresentou melhora da função neurológica 10 dias após a segunda intervenção cirúrgica e apresenta-se em bom estado geral sem a necessidade de reintervenção desde então. O diagnóstico de hidrocefalia adquirida é realizado por meio de exames de imagem. A tomografia computadorizada possibilita gerar imagens seccionais, sem sobreposição de estruturas, porém pode apresentar diversas limitações de imagem, como a não visualização direta de diversas estruturas, e a não obtenção de informação anatômicas detalhadas. A derivação ventriculoperitoneal é a técnica de eleição para hidrocefalia adquirida.

Palavras-chave

Ventriculomegalia; líquor; hidrocefálico.

Área

Neurocirurgia

Instituições

PUC MINAS - Minas Gerais - Brasil

Autores

Caroline Domingos Costa, Lívia Santos Coelho, Natália Santos Carvalho, Victor José Vieira Rossetto, Nathália Gonçalves Santana