XIV Congresso de Cirurgia Veterinária e IV Congresso Internacional do CBCV

Dados do Trabalho


Título

USO DO FIO DE POLIDIOXANONA NA SUTURA ILIO-FEMORAL EM CAO

Resumo para avaliação

A técnica de sutura ílio-femoral (SIF) utilizada para tratamento de luxação coxofemoral traumática (LCT) apresenta ótimos resultados e tem como objetivo estabilizar a articulação e evitar a rotação externa e adução do fêmur, mimetizando a tipoia de Ehmer. A técnica foi originalmente descrita com uso de fio cirúrgico não-absorvível. Contudo, o material propicia formação de granulomas e contaminação bacteriana, além de manter a rotação interna do fêmur de forma permanente, alterando a biomecânica do movimento articular. O objetivo do presente trabalho é de relatar o sucesso terapêutico do uso de fio absorvível monofilamentar na SIF, polidioxanona (PDX), em canino portador de LCT. Foi atendida uma canina, sem-raça-definida, 12,7 kg, 11 anos, histórico de queda há quatro dias, apresentando impotência funcional do membro pélvico esquerdo (MPE). Ao exame físico, notou-se encurtamento e rotação externa do MPE, edema na articulação coxofemoral e perda da forma geométrica triangular entre as referências anatômicas: asa do ílio, trocanter maior do fêmur e tuberosidade isquiática, sugerindo LCT craniodorsal, que foi confirmada após exame radiográfico. O animal foi submetido à cirurgia para redução e estabilização da LCT, através da técnica de SIF com fio duplo de PDX calibre 1. No pós-operatório (PO), o paciente ficou sem tipóia, foi encorajado o uso do membro, seguido de mobilidade passiva (abdução, flexão e extensão articular) duas vezes ao dia. Ainda, foram prescritos tramadol, dipirona sódica, carprofeno, e troca de curativos a cada doze horas até remoção dos pontos. De acordo com as informações do tutor, no terceiro dia de PO a paciente iniciou o apoio do MPE, com discreta claudicação. Aos sete dias de PO foi realizado retorno, a paciente apresentou apoio satisfatório do membro, claudicação discreta ao trote e moderada rotação interna do membro. Aos 30 dias de PO, a rotação interna do MPE não era perceptível, a paciente deambulava e trotava sem claudicação ou desconforto à palpação e foi dada alta médica. Aos 90 dias de PO, por meio de contato telefônico, o tutor relatou que a paciente deambulava, trotava e corria sem alterações no movimento. Assim, a SIT com fio de PDX demonstrou ser efetiva no tratamento de LCT aguda promovendo estabilidade e tensão necessárias até a formação de fibrose periarticular, com a vantagem de levar à rotação interna do membro operado apenas transitória.

Palavras-chave

Luxação Coxofemoral Traumática. Sutura Extra-articular. Estabilização.

Área

Ortopedia

Instituições

Universidade Federal do Pampa - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Endreo Alan Pail dos Santos, Maria Ligia de Arruda Mestieri, Anderson de Souza Guterres, Ana Paula Ibarra dos Santos