Dados do Trabalho
Título
PENECTOMIA PARCIAL EM CAO AFETADO POR HISTIOCITOSE REATIVA: RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
Distúrbios neoplásicos e lesões penianas refratárias ao tratamento clínico requerem procedimentos cirúrgicos extensos e mutiladores, como a penectomia total, o que pode acarretar complicações cirúrgicas e comprometimento estético. Este relato descreve o protocolo cirúrgico desenvolvido para o tratamento de histiocitose cutânea reativa, com excisão peniana parcial sem uretrostomia. Um cão SRD de quatro anos, macho, não castrado, apresentou lesão peniana nodular proliferativa, não responsiva ao tratamento clínico com seis sessões de quimioterapia à base de sulfato de vincristina (0,5mg/m2) em colega. Ao exame físico, a neoformação localizava na glande peniana (3,1x2,5x2,0cm), causando parafimose. A citologia e histopatologia foram realizadas, revelando se tratar de histiocitose cutânea reativa. Foi submetido à penectomia parcial, permitindo a retirada total da neoformação, mantendo as características anatomofisiológicas do trato urogenital, sem complicações pós-cirúrgicas ou ocorrência de recidivas durante o acompanhamento de 400 dias. Devido à ocorrência frequente na região genital externa e antecedentes compatíveis (jovem e não castrado), é compreensível que o TVT seja um diagnóstico presuntivo. No entanto, o tratamento empírico baseado nas características macroscópicas do tumor deve ser desencorajado, sendo indispensável o diagnóstico citopatológico e/ou histopatológico prévio ao tratamento, o que permitiu, no presente caso, o tratamento adequado. Existem poucos relatos que avaliam a resposta ao tratamento da histiocitose cutânea reativa, os quais incluem terapias imunossupressoras isoladas ou associadas, com taxas de sucesso variadas, não havendo estudos sobre a exérese cirúrgica das lesões, incluindo aspectos pós-operatórios e taxas de remissão. A localização em região distal do pênis associada à histogênese de caráter benigna da lesão permitiu o procedimento conservador, tendo em vista que tutores podem relutar em autorizar a penectomia total, visto que se trata de um procedimento mutilatório, com exposição da uretra diretamente ao meio externo. No entanto, ressalta-se que a preservação da uretra permitiu a manutenção do trato urinário fisiológico no presente relato, não havendo estenose, infecções ou hemorragias no pós-operatório, diferentemente de outras técnicas de penectomia total associadas à uretrostomia, nas quais tais complicações ocorrem com frequência. A técnica cirúrgica adotada no paciente relatado pode ser considerada como tendo alcançado excelente resultado, garantindo aparência estética e qualidade de vida satisfatórias, podendo ser aplicada em outras lesões não neoplásicas ou de natureza compatível com o caso clínico. Desta forma, o relato contribui com a prática cirúrgica veterinária propondo uma técnica cirúrgica conservadora em alternativa à penectomia total, destacando a importância do diagnóstico preciso, favorecendo a implementação de tratamento proporcional a cada necessidade.
Palavras-chave
Amputação Peniana, Cães, Desordens Histiocíticas, Tumor Venéreo Transmissível, Uretrostomia
Área
Cirurgia Geral
Instituições
Instituto Federal Catarinense - Santa Catarina - Brasil
Autores
Andre de Mattos Faro, Letícia Pereira, Bruna Fernanda Firmo