Dados do Trabalho
Título
DOENÇA DO DISCO INTERVERTEBRAL ASSOCIADO A HEMIVERTEBRAS EM CAO BRAQUICEFALICO: RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
Hemivertebras é um defeito congênito caracterizada pela má formação do corpo vertebral, encontrada com maior frequência em cães braquicefálicos de cauda helicoidal (Buldogue Inglês, Buldogue Francês, Boston Terrier e Pug), sendo o segmento toracolombar (T3-L3) o mais comum em cães. Alterações anatômicas oriundas de hemivértebras, podem causar deformidades no canal vertebral, compressão medular ou de raiz nervosa, anormalidades no suporte sanguíneo, bem como a fragilidade dos discos intervertebrais próximos as vértebras defeituosas, indicando uma pré-disposição ao desenvolvimento de doença do disco intervertebral (DDIV). A DDIV pode ser classificada como degeneração de Hansen tipo I ou degeneração de Hansen tipo II. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de DDIV secundário há má formação vertebral (hemivertebras) em um cão com 4 anos de idade, fêmea, da raça buldogue francês com queixa principal de hemiparesia ambulatória, atendido no hospital veterinário do Ceulp/Ulbra. A paciente chegou para atendimento após ter passado por consulta anterior e possuía um laudo radiográfico apontando presença de hemivertebras em T12 e T13. Durante o atendimento, realizou-se exame neuro-ortopédico detectando alterações como paraparesia não ambulatória, ausência de propriocepção em membros pélvicos, tônus muscular diminuído em ambos os membros pélvicos, reflexo flexor lateral e medial esquerdo diminuído a ausente e direito diminuído, reflexo patelar aumentado em membro esquerdo e normal a aumentado em direito, reflexo perianal diminuído, dor superficial diminuída e dor profunda presente, dor a palpação toracolombar e lombosacra, reflexo cutâneo do tronco presente até a altura de L4-L5 e ausência de micção voluntaria. Solicitou-se então a tomografia computadorizada, a qual evidenciou a presença de hemivertebras em T9, T10, T11, T12 e T13, material entre T13-L1, L1-L2, L2-L3 e entesofitos ventrais em T11, T12-T13 e entre L7-S1. Devido as alterações encontradas na tomografia optou-se pela realização da técnica de pediculectomia em L1, L2 e L3 para descompressão medular e retirada do material presente. Realizou-se o procedimento e seguiu com o fechamento convencional. Após 6 dias a paciente evoluiu para quadro de paraparesia ambulatorial e com dois meses de pós cirúrgico o animal estava recuperado, apresentando somente diminuição da propriocepção e reflexo patelar esquerdo. Com base no que foi exposto, a presença das hemivertebras acarretou no desenvolvimento de DDIV levando ao quadro de paraparesia não ambulatorial, revertido pela retirada do material e descompressão medular, obtendo bons resultados.
Palavras-chave
DDIV, pediculectomia, hemivertebras
Área
Neurocirurgia
Instituições
Centro Universitário Luterano de Palmas - Tocantins - Brasil
Autores
Fabiana Steinmetz Santos, Andreza Aires Silva, Tainá Thamiris Deitos Sei, Mariah Paganini Sellos Lopes Bernardes, Thuanny Lopes Nazaret, Aristeu Cunha, Cinthian Cássia Mendonça, Arielle Nunes Morais Musy