XIV Congresso de Cirurgia Veterinária e IV Congresso Internacional do CBCV

Dados do Trabalho


Título

CISTOPROSTATECTOMIA COM ANASTOMOSE URETEROURETRAL EM UM CAO: RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

As neoplasias vesicais são incomuns em cães, correspondendo a menos de 0,5% dos casos neoplásicos. Já as doenças prostáticas são comuns em cães de idade avançada e sexualmente intactos. Objetiva-se relatar o caso de um paciente canino que apresentou carcinoma de células transicionais (CCT) associada à hiperplasia prostática submetido à cistoprostatectomia e anastomose ureterouretral. Foi atendido um paciente canino SDR, macho, 13 anos, 9,7 kg com queixa de disúria, hematúria e dificuldade para se locomover. No exame ultrassonográfico observou-se massa em bexiga urinária e a próstata não foi individualizada, da qual citologia realizada foi inconclusiva. Após um mês o paciente apresentou agravo do quadro clínico, com dor, anuria e anorexia, além de anemia, azotemia importante e leucograma inflamatório. O ultrassom foi repetido, observando-se prostatomegalia acentuada como alteração do exame anterior, além de repetido a citologia, resultando em sugestivo de neoplasia maligna. Após estabilização do paciente, optou-se pela remoção completa da próstata e da bexiga urinária devido o avanço da doença e aderência entre as estruturas. Foi realizada a anastomose dos ureteres com a uretra e, adicionalmente, a orquiectomia. O paciente foi mantido com 2 sondas uretrais número 4 em cada ureter no pós-operatório e, apesar da cirurgia ter sido realizada com sucesso, houve piora no quadro clínico e evoluiu à óbito após 12 horas. Posteriormente, a histopatologia diagnosticou prostatite linfoplasmocitária multifocal, CCT na bexiga e tumor testicular de células de Leydig. Como houve a remoção da bexiga e do trígono vesical, houve a necessidade de completar o circuito urinário, sendo a anastomose ureterouretral uma das opções, sendo que esta utiliza o caminho anatômico da urina, evitando complicações como as dermatites urêmicas, frequentes quando se é utilizada a ureterostomia, ou como infecções ascendentes, frequentes quando se é utilizado a implantação dos ureteres no cólon descendente. Todavia, cirurgias que envolvem a reconstrução de ureteres são desafiadoras, pois há grandes chances de ocorrerem complicações como constrição, deiscência e obstrução. Além disso, com a remoção da bexiga urinária é esperado que o paciente se torne incontinente urinário. A castração ajuda a amenizar a prostatite por diminuir o estímulo promovido pela testosterona testicular, em especial em paciente com neoplasia testicular. Conclui-se que, apesar das complicações pós-cirúrgicas por ser um paciente com doença avançada, a opção pelo procedimento cirúrgico foi imprescindível para a tentativa de proporcionar melhora na qualidade de vida do paciente, visto que a técnica cirúrgica é exequível e foi realizada com sucesso.

Palavras-chave

Cães, cirurgia oncologia, cistectomia, prostatectomia, oncologia

Área

Oncologia

Instituições

Universidade Federal do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Bruna Fernanda Firmo, Eduardo Ehlke , Giovanna Lapkoski Bonatto, Weslley Junioe Oliveira, Alessandra Kozelinski Bordignon, Carolina Konkel Barbosa, Wiliam Silva Prieto , Juan Carlos Duque Moreno, Simone Tostes Oliveira Stedile, Tilde Rodrigues Froes, Renato Silva Sousa