Dados do Trabalho
Título
USO DE TUNICA VAGINAL EM HERNIORRAFIA PERINEAL BILATERAL EM CAO: RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
Um cão da raça Boxer, macho não castrado, de 11 anos de idade, foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná com queixa de aumento de volume em região perineal bilateral, disquezia, e fezes de consistência amolecida com evolução de três anos e meio. Em exame físico foi constatado presença de hérnia perineal bilateral irredutível de consistência macia, palpação retal descartou anomalias retais, exames de imagem confirmaram o diagnóstico de hérnia perineal bilateral com conteúdo herniário composto por vesícula urinária, próstata e tecido adiposo. Devido a cronicidade e evolução do quadro foi optado pela correção cirúrgica associando três técnicas para herniorrafia sendo elas a aposição simples do diafragma pélvico, transposição do músculo obturador interno e orquiectomia para uso de auto enxerto das túnicas vaginais. O procedimento cirúrgico iniciou com a orquiectomia pré escrotal através da técnica fechada para coleta das túnicas vaginais que foram acondicionadas em solução fisiológica estéril. O animal foi reposicionado em decúbito ventral. Após incisão de pele sobre a área direita afetada o conteúdo herniário foi reduzido para a cavidade pélvica, a herniorrafia iniciou com aposição dos músculos compositores do diafragma pélvico, devido a intensa atrofia muscular local a sutura foi realizada unindo os músculos esfíncter anal externo, restos do elevador do ânus e coccígeo, obturador interno e ligamento sacrotuberoso com fio nylon 2-0 de forma isolada simples. Posterior à divulsão do músculo obturador interno, a porção lateral do músculo foi descolada da mesa isquiática e transposicionado dorsomedialmente a fim de reforçar a porção ventral do defeito herniário, sendo suturado aos músculos esfíncter anal externo, elevador do ânus e coccígeo de forma simples isolada com fio nylon 2-0. Após a completa oclusão do defeito herniário uma túnica vaginal foi cortada e suturada ao ligamento sacrotuberoso, músculo obturador interno, periósteo da mesa do ísquio, músculo esfíncter anal esterno, músculo elevador do ânus e coccígeo de forma simples isolada com fio nylon 2-0. A mesmas técnicas foram replicadas ao lado contralateral. Conclui-se que a associação das técnicas de aposição da musculatura do diafragma pélvico, transposição do músculo obturador interno e uso das túnicas vaginais autólogas se demonstrou exequível, de baixo custo e com resultado satisfatório para correção de hernia perineal bilateral crônica, sem a necessidade de sítios cirúrgicos adicionais, uma vez que a orquiectomia faz parte do protocolo de tratamento. Ressalta-se ainda que é uma técnica complexa que necessitada alto conhecimento anatômico e destreza do cirurgião responsável.
Palavras-chave
Auto Enxerto, Cirurgia Geral, Períneo
Área
Cirurgia Geral
Instituições
UFPR - Paraná - Brasil
Autores
João Thiago Bastos, Farah De Andrade, Jessica Martinelli Victorino, Petra Cavalcanti Germano, Isadora Schere, Sabrina Marin Rodigheri