XIV Congresso de Cirurgia Veterinária e IV Congresso Internacional do CBCV

Dados do Trabalho


Título

HEMIPELVECTOMIA PARCIAL MÉDIO-CAUDAL COM USO DA CIRURGIA PIEZOELÉTRICA EM GATO COM OSTEOSSARCOMA

Resumo para avaliação

Tumores ósseos primários são raros em gatos e o osteossarcoma é o de ocorrência mais comum em felinos de meia idade a idosos. O esqueleto axial é uma região de baixa ocorrência e a exérese tumoral é o tratamento de eleição. O objetivo deste trabalho é relatar o tratamento cirúrgico de um felino com osteossarcoma em ísquio. Foi atendido um gato, macho, SRD, castrado, quatro anos de idade, apresentando aumento de volume de consistência firme na região do ísquio esquerdo. A radiografia de pelve revelou processo lítico e proliferativo na tábua do ísquio e túberculo isquiático esquerdo, sugerindo neoplasia óssea. A radiografia torácica e ultrassonografia abdominal descartaram presença de metástases. Biópsia incisional na região do ísquio esquerdo foi realizada e diagnosticou osteossarcoma de células gigantes. Foi realizada hemipelvectomia parcial médio-caudal esquerda: realizada sondagem vesical para delimitação da uretra; o procedimento iniciou-se pela abordagem dorsal, com o animal em decúbito lateral direito, realizando-se uma incisão na pele circunferencial ao membro ipsilateral ao nível medial do fêmur da hemipelve afetada. Procedeu-se a divulsão e transecção da musculatura e dos nervos femoral e ciático após bloqueio anestésico dos nervos com bupivacaína. Após, foi realizada incisão pelo acesso ventral, abduzindo o membro esquerdo e continuando a incisão de pele circunferencial. A musculatura da região foi divulsionada e a artéria e veia femoral foram identificadas, ligadas e transeccionadas. A osteotomia com o uso do sistema cirúrgico piezoelétrico (Piezosonic® VK Driller Equipamentos Médicos, São Paulo-BR) com a ponta ativa ultrassônica, modelo BS1, de micro serra com 4mm de corte foi feita após o acesso à região do corpo do íleo e incisura isquiática maior, cranial ao acetábulo. Foi utilizada a potência de 50 watts, com padrão vibratório linear de 29 kHz e modulação de 100. Com auxílio de um elevador periosteal a sínfise pélvica foi exposta para realizar a sinfisiotomia pélvica com o mesmo equipamento. O nervo obturador foi transeccionado após bloqueio anestésico. O nervo pudendo foi preservado. A miorrafia e a dermorrafia foram realizadas com pontos isolados simples, e o espaço morto reduzido com sutura contínua em “zigue-zague”. Não foi realizada terapia adjuvante. Não houveram complicações pós operatórias. A análise histopatológica confirmou osteossarcoma rico em células gigantes. Após dois anos do procedimento o paciente apresenta-se saudável, sem presença de metástases ou recidiva da neoplasia. Foi constatado que a cirurgia piezelétrica é uma estratégia efetiva e segura na ressecção de neoplasias localizadas na região da pelve.

Palavras-chave

neoplasia óssea, felino, cirurgia pélvica, piezocirurgia

Área

Oncologia

Instituições

Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Jessica Moreira Cannavon, Larissa Dariva, Fernanda Britto, Cristiano Gomes, Fernanda Vieira Amorim da Costa