XIV Congresso de Cirurgia Veterinária e IV Congresso Internacional do CBCV

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DA DOR E PROTEINAS DE FASE AGUDA EM JUMENTOS SUBMETIDOS A ORQUIECTOMIA INGUINAL

Resumo para avaliação

Os asininos são uma espécie pouco apreciada, sofrendo negligências e sendo vítima do excesso de trabalho. Com o objetivo de controle populacional, entre outras vantagens, indica-se a esterilização dos machos. Em jumentos, a técnica escrotal fechada e a inguinal são mais preconizadas, devido ao maior índice de hemorragias, inflamação excessiva e risco de eviscerações que podem ocorrer devido a particularidades anatômicas. Quando os testículos estão desenvolvidos, a abordagem inguinal é recomendada para reduzir as complicações pós-operatórias. Nesse sentido, objetivou-se avaliar a dor, parâmetros fisiológicos e proteínas de fase aguda em jumentos resgatados, submetidos à técnica de orquiectomia por acesso inguinal. Este estudo foi desenvolvido no município de Canudos, Bahia, sob Comitê de Ética 21/2019. Foram selecionados 15 jumentos machos com faixa etária média de 4,5±3,1. No momento do jejum alimentar foi administrado 1,1 mg/kg, via intramuscular de flunixin meglumine, como analgesia preemptiva. Os parâmetros fisiológicos, a avaliação da dor e as coletas sanguíneas, para avaliação de volume globular (VG), proteínas totais (PT), fibrinogênio e proteínas de fase aguda (PFA), foram realizados 24 horas antes da cirurgia (M0), 24 (M1), 48 (M2) e 72 (M3) horas após orquiectomia. Os parâmetros fisiológicos e fibrinogênio não apresentaram diferenças significativas. Na avaliação da dor foi observada diferença significativa apenas na variável palpação da região cirúrgica com redução dos valores entre M2 (0.600±0.828) e M3 (0.400±0.632) quando comparados a M0 (1.330±0.724) e M1 (1.000±0.655). Nas variáveis hematológicas foram observadas uma diminuição em M1 do VG e da PT, condizente com a perda sanguínea durante a cirurgia, explicado fato que os asininos possuem vasos mais calibrosos no plexo pampiniforme e testículos maiores comparados aos equinos. Na avaliação da PFAs, apenas a transferrina apresentou diferença, entre M0 (599±194) em relação ao M1 (656±244) e M2 (889±250) que pode estar mais associado a perda sanguínea durante os procedimentos cirúrgicos. Quanto à avaliação macroscópica da região cirúrgica, a maioria dos animais apresentaram edema leve a moderado nas regiões de bolsa escrotal e prepúcio. Nas condições deste estudo a técnica cirúrgica utilizada teve resultados satisfatórios, sem indícios de complicações pós-cirúrgicas ou inflamação exacerbada. O uso das PFAs como biomarcador precoce da inflamação em asininos deve ser interpretado com cautela levando em consideração que podem ser influenciadas pelo uso de anti-inflamatórios. É necessário a realização de mais estudos para compreender as atividades das PFAs nessa espécie.

Palavras-chave

Castração, pós-cirúrgico, asinino.

Área

Cirurgia de Equinos

Instituições

Universidade Federal de Alagoas - Alagoas - Brasil

Autores

Izabelly Fernanda Vieira Gonçalves, Rayane Caroline Medeiros do Nascimento, Amanda Caroline Gomes Graboschii, Tiago Oliveira Cunha, Beatriz Ferreira dos Santos, Bruna Silva de Oliveira, Mariana Soares Oliveira Leandro, Dallyne Ventura Santos, Pierre Barnabé Escodro