Dados do Trabalho
Título
FIXAÇAO ESQUELETICA CIRCULAR PARA CORREÇAO DE FRATURA DE TARSOMETATARSO EM MARRECA-DE-PE-VERMELHO (AMAZONETTA BRASILIENSIS)
Resumo para avaliação
Fraturas de tarsometarso são desafiadoras em aves de pequeno porte, especialmente na presença de fragmentos ósseos de tamanho limitado. O presente relato aborda o atendimento cirúrgico à um macho de Amazonetta brasiliensis com 470 gramas, recebido com claudicação em membro pélvico direito. Após estabilização clínica, confirmou-se em exame radiográfico uma fratura oblíqua na diáfise proximal do tarsometatarso, com fragmento proximal de 8,6 mm e distal de 23,9 mm. Para estabilização cirúrgica optou-se pelo uso de um fixador esquelético circular, com três anéis completos de diâmetro interno de 30 mm e externo de 46 mm, em alumínio, conectados a duas barras de aço inoxidável de 4 mm diâmetro e 3,2 cm de comprimento). O fragmento proximal foi estabilizado com dois pinos de Kirschner de 0,8 mm de diâmetro fixos ao primeiro anel e o fragmento distal estabilizado por dois pinos de 1,0 mm conectados ao terceiro anel. Um pino adicional, de Schanz, com 1,0 mm foi inserido na porção proximal do fragmento distal e conectado ao segundo anel circular. O adequado posicionamento dos fragmentos e aparato foi confirmado radiograficamente e o paciente apresentou satisfatório uso do membro durante todo período de acompanhamento. Neste período o paciente foi mantido sem bandagem e a limpeza do local era realizada duas vezes ao dia com solução fisiológica. Aos 30 dias de pós-cirúrgico, após confirmação da consolidação óssea, os implantes foram removidos e o paciente permaneceu em observação devido a presença de lise e risco de fratura na região onde os pinos transfixaram o osso. A pesagem do aparato de fixação (52,81 gramas) revelou que o mesmo correspondia a 11,23% do peso da ave, o que apesar de aparentemente pesado, não promoveu limitação das atividades, já que o indivíduo manteve a utilização do membro durante toda a sua recuperação. O fixador esquelético circular apresenta estabilidade superior aos fixadores lineares e permite consolidação óssea primária, apesar de sua maior complexidade na aplicação. Apesar da boa recuperação, acredita-se que melhores resultados poderiam ser obtidos na existência de implantes de peso inferior, principalmente parafusos de travamento de pinos e barras de fixação de outros metais que não o aço inoxidável. Apesar da limitação de tamanho do paciente e do osso envolvido, o fixador esquelético circular mostrou-se efetivo para a estabilidade dos fragmentos e consolidação da fratura, com boa recuperação funcional do membro.
Palavras-chave
osteossíntese, ave, fixador externo
Área
Cirurgia de Silvestres
Instituições
UFRGS - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Anderson Luiz de Carvalho, Livia Eichenberg Surita, Jacqueline Meyer, Victoria Regina Schmidt, Roberta Picoli, Barbara Silva Correia, Marcelo Meller Alievi