Dados do Trabalho
Título
RECONSTRUÇAO DE TRUFA NASAL APOS TRAUMA POR MORDEDURA EM CANINO: RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
Reconstruções cirúrgicas após traumas por mordedura costumam ser desafiadoras pelo princípio da alteração de anatomia, contaminação e dilaceração de estruturas. O presente trabalho objetiva relatar a reconstrução cirúrgica de nariz externo de um canino, sem raça definida, macho, não castrado de dez anos de idade com histórico de trauma por briga com outro cão, aproximadamente, 30 minutos antes do atendimento. Ao exame físico paciente apresentava extensa lesão em face, hemorragia ativa difusa, face dorsal e rostral da trufa nasal solta, sem exposição óssea e com exposição da cavidade nasal. Os parâmetros vitais do paciente encontravam-se dentro da normalidade, exceto a temperatura retal (39,3°C). Paciente foi estabilizado e recebeu analgesia e fluidoterapia. Foram realizados exames sanguíneos básicos de emergência: dosagem de creatinina e análise de hematócrito via centrífuga manual. A dosagem de creatinina demonstrou valores séricos dentro da normalidade e a análise de hematócrito apresentou resultado de 35% (referência: 37–55 %), demonstrando discreta anemia. Paciente foi encaminhado para procedimento cirúrgico de emergência para reconstrução da trufa nasal. Foi realizado limpeza com solução fisiológica e desbridamento da lesão para revitalização dos tecidos. A cartilagem nasal lateral dorsal apresentava-se rompida. Os fragmentos de conchas nasais destruídos que haviam ficado na parte rostral do nariz, foram removidos afim de evitar inflamações recorrentes. A trufa nasal foi reposicionada, introduziu-se sondas uretrais n° 10 nas narinas para garantir que durante a síntese o lúmen adequado da cavidade nasal fosse mantido. Iniciou-se a reconstrução com aproximação das cartilagens nasais com sutura em padrão isolado simples e fio poliglecaprone 25 3-0, em seguida, camada de sutura em padrão simples contínuo para redução do tecido subcutâneo, com o mesmo fio e dermorrafia em padrão isolado simples com nylon 3-0. No pós-operatório paciente permaneceu internado durante 24 horas e recebeu terapia analgésica, antibiótica, antinflamatória e descongestionante nasal. Após a alta, teve indicação de continuar o tratamento medicamentoso em casa, além de nebulização e retorno para retirada de pontos em 10 dias, porém, paciente não retornou ao hospital. Foi entrado em contato com o tutor 1 ano e 5 meses após o procedimento e o mesmo relatou que o animal estava bem, não havia ocorrido deiscência de pontos ou necrose tecidual, também não apresentava nenhum tipo de dificuldade ou disfunção respiratória. Conclui-se, que o procedimento cirúrgico foi eficaz no controle de hemorragia e na reconstrução nasal, proporcionando ao paciente qualidade de vida e normalização da função respiratória.
Palavras-chave
cirurgia reconstrutiva, cães, cirurgia nasal
Área
Cirurgia Reconstrutiva
Instituições
Universidade de Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Larissa Dariva, Janaina de Freitas, Monalisa Maria Ely, Ana Carolina da Silva Alves