Dados do Trabalho
Título
EMPREGO DA CIRURGIA RECONSTRUTIVA NO TRATAMENTO DE MASTOCITOMA CANINO: RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
O mastocitoma é uma neoplasia que ocorre geralmente de forma cutânea e, devido ao seu caráter infiltrativo, exige que sua remoção seja executada com amplas margens de segurança. Localizam-se mais frequentemente em tronco, membros e regiões perineal, inguinal e genital. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de mastocitoma canino tratado cirurgicamente com nodulectomia associado à dois pontos de aplicações de técnica de cirurgia reconstrutiva. Foi atendido um cão, macho, de raça bloodhound, 13 anos, 20,9 kg, com queixa principal de um nódulo em região de gradil costal esquerdo observado há 1 mês, com crescimento rápido. Ao exame físico foi mensurado a dimensão tumoral 9x9x3,5cm, ulcerado, consistência macia e aderência imprecisa devido ao seu volume. Realizou-se o exame citológico, sendo compatível com processo neoplásico maligno com origem em células redondas. Optou-se pela exérese cirúrgica do nódulo, sendo necessário o emprego da cirurgia reconstrutora para viabilizar o fechamento do defeito cutâneo resultante. Desta forma, as margens de segurança definidas foram de 2cm ao redor da massa e o músculo grande dorsal profundamente. Dois retalhos de rotação foram planejados nas duas extremidades do defeito para a síntese cutânea. No período pré, trans e pós-operatório foi observado hematomas subcutâneos, possivelmente decorrentes das liberações de substâncias do interior dos mastócitos neoplásicos, como histamina e heparina, apesar do tratamento prévio profilático com bloqueadores de H1 e H2. O material foi enviado para a histopatologia, confirmando mastocitoma grau II / baixo grau. O diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso no tratamento do mastocitoma, pois evita a ocorrência de evolução tumoral, a qual pode ser avaliada tanto em seu volume, diminuindo a necessidade de realizações de cirurgias extensas e de associações de técnicas, quanto na progressão do estádio clínico tumoral de doença local para sistêmica, bem como no surgimento de síndromes paraneoplásicas, como foi o caso da possível degranulação dos mastócitos. Entretanto, quando é observado a evolução tumoral, como observado o grande volume tumoral e a presença de síndrome paraneoplásica, considera-se o caráter do tumor agressivo e o prognóstico é ruim, o que explica as complicações pós-cirúrgicas no presente caso. Conclui-se que o tratamento cirúrgico com ampla margem de excisão é o mais indicado nos casos de mastocitoma, sendo benéfico a associação das técnicas de cirurgia reconstrutora para garantir a síntese cutânea sem tensão. Porém, tumores de rápido crescimento, ulcerados, com eritema ou prurido estão associados a piores prognósticos.
Palavras-chave
cães, cirurgia oncológica, mastócito, retalho cutâneo, retalho de rotação.
Área
Cirurgia Reconstrutiva
Instituições
Universidade Federal do Paraná - Paraná - Brasil
Autores
Bruna Fernanda Firmo, Giovanna Maria Mazetto Arceli, Larissa Evelyn Silva, Giovanna Lapkoski Bonatto, Petra Cavalcanti Germano, Jéssica Martinelli Victorino, Juliana Caetano Felix Silva Mendes, Carolina Konkel Barbosa, Ricardo Guilherme D’Otaviano Castro Vilani , Renato Silva Sousa