XIV Congresso de Cirurgia Veterinária e IV Congresso Internacional do CBCV

Dados do Trabalho


Título

ANASTOMOSE E TRANSPOSIÇAO URETRAL PRE PUBICA EM CAO COM EXTENSAO LESAO EM URETRA MEMBRANOSA – RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

O trabalho a seguir relata o uso de técnica de anastomose e transposição uretral pré-púbica em um cão com extensa laceração de uretra membranosa, a técnica foi selecionada para restaurar o fluxo urinário natural. Um cão macho, Lhasa Apso de 7 anos de idade pesando 7 kg deu entrada no atendimento com referindo trauma automobilístico há 7 dias, desde tutor afirma que paciente não urinou, refere êmese há 1 dia. Paciente apresentou ao exame físico balotamento positivo, dor abdominal intensa, severa desidratação, imediatamente iniciado protocolo de reanimação volêmica e ultrassonografia abdominal, a qual, determinou grande volume de líquido livre e peritonite. Após estabilização hemodinâmica paciente foi submetido a cirurgia de emergência para reparação do fluxo urinário. Durante o procedimento cirúrgico evidenciou laceração do início de uretra membranosa com grande perda tecidual cerca de 3cm impedindo a anastomose término-terminal em decorrência da debilidade do estado geral do paciente optou-se por realizar cistostomia temporária com uso de sonda Foley. Após o procedimento paciente permaneceu sob cuidados intensivos retornando os exames gerais a normalidade após 15 dias. Após plena recuperação optou-se pela realização de transposição e anatomose uretral pré-púbica, inicialmente a cistostomia foi reparada, a borda uretral caudal a próstata reavivada e a uretra peniana seccionada a 1cm do osso peniano e rebatida para a cavidade abdominal onde foi realizado a anastomose com a uretra pós prostática utilizando como padrão de sutura ponto simples separada com fio polidiaxonona 4-0. O local de anastomose foi omentalizado e a cavidade abdominal suturada com um espaço para a passagem da uretra peniana. O paciente foi mantido sondado por 10 dias após o procedimento e com medicações analgésicas, AINEs e antimicrobianos. Após a remoção da sonda paciente apresentou fluxo urinário normal, sem relatos de disúria ou incontinência urinaria. Após 30 dias do procedimento foi realizado uretrocistografia retrograda para averiguação de estenoses, a qual foi encontrada no ponto de anastomose, contudo sem repercussão clínica. O uso desta técnica permitiu a recuperação do fluxo urinário com baixo ou nenhum impacto a qualidade de vida do paciente, deste modo, torna-se uma alternativa nos casos de lacerações de uretra membranosa e prostáticas irreparáveis.

Palavras-chave

Trauma, Uroperitônio, Uretra

Área

Abdomen

Instituições

Uniara - São Paulo - Brasil

Autores

João Augusto Leonel Souza, Natasha Pastore Franco, Letícia Caires Brunassi, Allan Conrad Kennerly Campos, Maria Amalia Rubio Queiroz, Wallace Almeida Guedes