11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

USO DE CETAMINA, DEXMEDETOMIDINA E BUTORFANOL PARA AMPUTAÇÃO DE MEMBRO TORÁCICO EM Bradypus variegatus - RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

O gênero Bradypus é composto por espécies de preguiças herbívoras e arborícolas que em virtude da intensa fragmentação de hábitats, são cada vez mais encontradas em centros urbanos favorecendo acidentes como atropelamentos, quedas e choques elétricos. Objetivou-se relatar o protocolo anestésico utilizado para a cirurgia de amputação de membro torácico de um exemplar de Bradypus variegatus vítima de choque elétrico. Foi resgatado e encaminhado ao Parque zoobotânico do Museu Emílio Goeldi, em Belém-PA, um exemplar adulto, macho, pesando 3,5 kg de B. variegatus, com lesão extensa na porção distal do membro torácico direito em virtude de choque elétrico. O membro já apresentava indícios de tecido necrótico e era inutilizado pelo animal, então optou-se pela amputação na articulação do cotovelo. Para realização do procedimento utilizou-se como protocolo anestésico: cloridrato de cetamina (2 mg/kg), dexmedetomidina (0,02 mg/kg) e tartarato de butorfanol (0,2 mg/kg), via intramuscular, e cloridrato de lidocaína sem vasoconstritor (0,3 ml/kg) para bloqueio do plexo braquial, realizado com agulha 20 x 0,5 cm na região axilar; o animal foi mantido em máscara com oxigênio 100%. O período de latência foi de 5 minutos e o procedimento teve duração de 60 minutos, sendo necessário repique com um terço da dose de cetamina e dexmedetomidina após 40 minutos de cirurgia. O animal foi monitorado quanto à frequência cardíaca (55±5 bpm), temperatura retal (33±1 ºC), saturação de oxigênio (97±2 %) e pressão arterial sistólica (10±3 mmHg) e diastólica (6±4 mmHg) por monitor multiparamétrico; e a frequência respiratória (10±5 rpm) pela movimentação abdominal, não apresentando alteração em relação aos parâmetros normais para a espécie durante todo o procedimento. Ao final da cirurgia, o animal foi revertido com atipamezole (0,2 mg/kg), intramuscular, retornando sem intercorrências após 10 minutos. Este protocolo nunca foi descrito nesta espécie. É essencial o uso de protocolos anestésicos seguros e que garantam analgesia aos animais, possibilitando a resolução cirúrgica e melhora clínica dos mesmos.

Palavras-chave

anestesia, xenarthra, preguiça, alfa 2 agonista.

Área

Animais silvestres e exóticos

Instituições

Universidade Federal do Pará - Pará - Brasil

Autores

Marina Sette Camara Benarrós, Simon Silva Sousa, Ana Paula Vitoria Costa-Rodrigues, Melina de Jesus Gonçalves Bernar, Thalia da Frota Tavares Martins, Antonio Messias Costa, Thamara Cozzi Gonçalves