Dados do Trabalho
Título
SUBLUXAÇÃO ATLANTOAXIAL TRAUMÁTICA ASSOCIADA A FRATURA EM EPÍFISE CAUDAL DE C2 EM CÃO BRAQUICEFÁLICO: RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
A subluxação atlantoaxial (SAA) é uma instabilidade nas duas primeiras vértebras cervicais (C1 e C2). Essa disfunção pode ocorrer devido, malformação congênita, por hipoplasia ou aplasia do processo odontóide, ou decorrente de traumas. Essa instabilidade resulta em compressão da medula espinhal cervical cranial, gerando dor cervical, distintos graus de ataxia nos membros e tetraplegia ou tetraparesia não deambulatórias em casos graves. O presente trabalho tem como objetivo relatar o caso de subluxação atlantoaxial traumática associada a fratura de epífise caudal de C2 em um cão da raça Shih Tzu, fêmea e 3 anos de idade. A Clínica Veterinária Mãos e Patas, localizado em Birigui-SP, solicitou ao MV. Dr. Renato Tavares Conceição interconsulta para o animal com histórico de tetraparesia não deambulatória após trauma cometido por cão de maior porte em região cervical 2 dias antes da avaliação. A paciente possuía laudo radiográfico, previamente solicitado pela clínica, de região cervical sugerindo lesão atlantoaxial. Durante o atendimento realizou-se exame clínico que constou taquicardia, taquipnéia, normotermia, tempo de preenchimento capilar de 1 segundo e mucosas levemente hipocoradas. O exame neurológico apontou déficit proprioceptivo em todos os membros, tetraparesia discretamente ambulatória, dor extrema em região cervical e reflexo patelar aumentado bilateral. Demais parâmetros como nervos cranianos e reflexos flexores não apresentaram alterações. Solicitou-se tomografia cervical para diagnóstico final e planejamento do tratamento cirúrgico mais adequado para o paciente. Ao exame tomográfico observou-se, além da subluxação atlantoaxial, presença de fratura em epífise caudal de C2. Desse modo, optou-se por abordagem cirúrgica em C1 e C2 com parafusos e cimento ósseo para prover estabilidade das vértebras, associada a fenda (slot) cervical de C2 e C3 para descompressão medular. Já no período pós-operatório imediato animal apresentou ausência de dor em região cervical, evoluindo para paresia ambulatória após cinco dias de cirurgia e voltando a deambulação normal com 15 dias pós-tratamento cirúrgico, não havendo sequelas motoras nem sensitivas no último contato com o tutor (90 dias após cirurgia). Fundamentado no presente trabalho, o trauma por contusão ocasionou a fratura de epífise caudal em C2, e assim a subluxação atlantoaxial, resultando em um quadro de tetraparesia discretamente ambulatória e dor extrema em região cervical, revertidos de forma excelente após estabilização atlantoaxial e descompressão medular.
Palavras-chave
subluxação, trauma, cervical
Área
Neurologia
Instituições
UniSALESIANO - São Paulo - Brasil
Autores
Luísa Fontes Magalhães , Thaís Cabral Oliveira, Tainara Kossakowski, Renato Tavares Conceição