11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

Correção de Estenose Uretral após Uretrostomia Perineal em Felino: relato de caso

Resumo para avaliação

A obstrução uretral em felinos é uma doença do trato urinário inferior, tendo como causas cálculos, cristais e tampões mucosos ou iatrogênica. Seus sinais clínicos principais são disúria, hematúria e anúria, sendo mais comum em machos, visto que anatomicamente possuem a uretra peniana mais estreita. Além disso, gatos castrados precocemente podem desenvolver inadequadamente o osso peniano, gerando alterações na região periuretral. O tratamento cirúrgico é a opção em casos de obstruções recorrentes. O objetivo deste trabalho é demonstrar a importância da correta realização da técnica cirúrgica, diminuindo a chance de resultados desfavoráveis para o paciente. Paciente felino, de 2 anos e 9 meses, macho, foi submetido havia 3 meses ao procedimento de uretrostomia perineal em serviço externo, devido ao histórico de obstruções uretrais subsequentes. Foi atendido em um hospital veterinário na cidade do Rio de Janeiro, com queixa de disúria e ao exame físico foi constatada estenose subtotal da saída da uretra, com passagem de sonda uretral tamanho 4. Paciente foi submetido à nova cirurgia para correção. Durante o procedimento foi constatado que a cirurgia anterior não havia chegado às glândulas bulbouretrais, nem incisado os músculos isquiocavernosos. A ponta do pênis, ainda presente, estava virada para o subcutâneo, sendo a abertura da uretra realizada na região dorsal da mesma e suturada à pele. A técnica foi refeita, incisando a pele em elipse ao redor de todo o conjunto, até chegar às glândulas e músculos citados. A ponta do pênis foi retirada e incisada a uretra caudocranialmente, em sua porção dorsal, antes de suturar a mucosa uretral à pele, sendo possível passar uma sonda uretral tamanho 10 no final. Paciente ficou internado 48 horas e teve ótima recuperação pós-operatória. Realizada retirada dos pontos em 14 dias, sem recidiva do quadro por pelo menos 1 ano após a cirurgia. A estenose uretral é uma das complicações mais comuns da uretrostomia, e, em geral, é resultante da realização de um estoma muito pequeno, da falta de secção dos músculos isquiocavernosos e retrator do pênis ou por descuidos no pós-operatório. No caso relatado, acredita-se que a causa principal da recidiva foram detalhes ignorados durante o transoperatório. Além disso, a não incisão dos músculos isquiocavernosos e retrator do pênis favoreceu uma retração cicatricial exagerada e estreitamento da ferida cirúrgica. Com este caso, pode-se concluir que, junto aos cuidados pós-operatórios corretos, a técnica cirúrgica adequada é imprescindível para minimizar os riscos de complicações após a uretrostomia.

Palavras-chave

Estenose, uretrostomia, felino.

Área

Cirurgia

Instituições

Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Layla Freitas, Yanca Taythson, Dâmaris Pordeus