11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

Fraturas em ruminantes: Estudo retrospectivo de 32 casos (2013 a 2022)

Resumo para avaliação

As fraturas em ruminantes representam prejuízos para o produtor devido ao custo do tratamento ou a possível perda do animal. Para animais de produção a opção pelo tratamento depende do valor genético, custo e prognóstico em relação à função. O objetivo deste trabalho é apresentar a casuística, condutas e desfechos das fraturas em ruminantes atendidos nos Serviços de Clínica de Bovinos e Pequenos Ruminantes e Cirurgia de Grandes Animais, da FMVZ-USP, entre os anos de 2013 a 2022. Os registros foram revisados entre janeiro de 2013 e dezembro de 2022. Dados relacionados a raça, sexo, idade, osso acometido, classificação da fratura, tratamento e desfecho foram coletados. No período foram atendidos um total de 2312 animais, e foram identificados 32 casos de fraturas (1,38%). Os ossos acometidos foram: vértebras (cervicais, torácicas e/ou lombares), (6/32, 18,8%), fêmur (6/32, 18,8%), tíbia e fíbula (6/32, 18,8%), rádio e ulna (5/32, 15,6%), metatarso (4/32, 12,5%), metacarpo (3/32, 9,3%) e úmero (1/32, 3,1%). Destes atendimentos, 40,6% foram bovinos (13/32), 21,9% caprinos (7/32) e 37,5% ovinos (12/32). Em 3,1% dos casos (1/32) não foram identificadas as fraturas no prontuário. Os tratamentos foram divididos entre conservativos (21,9%, 7/32); cirúrgicos (34,4%, 11/32), e casos sem registros do tratamento no prontuário (43,8%, 14/32). Dos casos conservativos, 57,2% (4/7) evoluíram para alta hospitalar e 42,8% (3/7) foram eutanasiados. Dos casos cirúrgicos, 90,9% (10/11) dos animais obtiveram alta e 9,09% (1/11) evoluíram para óbito. Dos casos sem informação sobre o método de tratamento no prontuário, 57,1% (8/14) obtiveram alta; 14,3% (2/14) evoluíram para o óbito; 21,4% (3/14) foram eutanasiados; e os 7,14% (1/14) restantes não possuíam o desfecho clínico descrito. Foi observado que 1,38% dos casos atendidos nos serviços no período foram fraturas, demonstrando sua importância, bem como da conduta frente a esses casos. A maior frequência das fraturas atendidas foi em fêmur, tíbia/fíbula e vértebras, dados que diferem dos disponíveis na literatura. Apesar do atendimento dentro da cidade de São Paulo, os bovinos apresentaram maior casuística. Os animais submetidos a cirurgia tiveram maior taxa de alta, quando comparados aos submetidos ao método conservativo. Deve-se ressaltar que parte dos animais atendidos eram considerados animais de estimação, mostrando que o valor afetivo deve ser considerado como fator determinante para o tratamento. Frente aos resultados obtidos pode-se concluir que os ruminantes, quando recebem tratamento cirúrgico adequado, em casos de trauma ortopédico, tem prognóstico favorável.

Palavras-chave

trauma, grandes animais, bovinos, caprinos, ovinos

Área

Ortopedia

Instituições

FMVZ USP - São Paulo - Brasil

Autores

Helen Dias Brandão, Maria Claudia Araripe Sucupira, Beatriz Tofani Maia, Thamires Shizue Panassol Mizobe Koga, Stefano Carlo Filippo Hagen, Julio David Spagnolo, Anderson Fernando Souza, André Luis do Valle Zoppa