Dados do Trabalho
Título
COLAPSO LARÍNGEO SECUNDÁRIO A CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS (CCE) EM UM FELINO
Resumo para avaliação
Neoplasmas e condições inflamatórias laríngeas são incomuns dentro de rotina médica de felinos, sendo linfomas e carcinomas de células escamosas os tumores laríngeos mais prevalentes. O diagnóstico pode ser um desafio ao considerar a epidemiologia e o quadro clínico-patológico, visto que o prognóstico está ligado diretamente com o diagnóstico precoce. O resumo objetiva descrever o quadro clínico-patológico de CCE causando colapso laríngeo secundário em um felino doméstico. Uma gata, SRD, 14 anos, fêmea castrada, Status de FIV e FeLV não conhecido, foi atendida em caráter emergencial no Centro Veterinário Cães e Gatos – Joinville – SC, com quadro de dispnéia intensa e ausculta pulmonar com discretos sibilos. Paciente foi encaminhada para estabilização com protocolo inicial do paciente dispneico. Radiografia torácica apresentou hiperinsuflação pulmonar, sinais de broncopatia crônica e aerofagia, recebendo alta hospitalar com anti-inflamatório esteroidal (AIE) via oral, associado com AIE e broncodilatador inalatório e recomendação de exames complementares, incluindo realização de sedação profunda com laringoscopia direta. Após quatro semanas, paciente retornou novamente com quadro de dispneia, apresentando disfonia e odinofagia. Foi realizado o mesmo protocolo inicial, com tranquilização acrescida de anestesia geral intravenosa e radiografia cervicotorácica. Também foi observado aumento de tecidos moles em região laríngea e realizada laringoscopia direta, sendo observado alterações anatômicas de processo corniculado de laringe com aumento de volume de aspecto irregular, obstruindo parcialmente rima glótica, de cerca de 1,5cm de comprimento. Levando em consideração o quadro clínico do paciente, os tutores optaram por eutanásia, realizado coleta de material e enviado para estudo histopatológico, resultando em carcinoma de células escamosas com metástase em linfonodo retrofaríngeo, além de metaplasia e displasia de epitélio traqueal adjacente. A partir dos sinais clínicos apresentados de dispneia, abre-se um leque de possibilidades diagnósticas, e ressalta-se que a resposta positiva inicial do protocolo, e os achados radiográficos elevaram a asma felina ao topo dos diagnósticos diferenciais, uma vez que apenas 23% dos casos de asma apresentam sinais radiográficos compatíveis. Entretanto, a não realização de exames complementares na pós estabilização resultou num diagnóstico de colapso laríngeo tardio e neoformação local. Levanta-se uma hipótese de que o tabagismo humano também poderia estar relacionado com alterações, não apenas inflamatórias de trato respiratório inferior em animais domésticos, mas também como alterações neoplásicas e lesões pré-neoplásicas de trato respiratório superior, uma vez que metaplasia e displasia são lesões pré-neoplásicas encontradas em trato respiratório de humanos tababigistas.
Palavras-chave
dispneia, neoplasia laríngea, asma felina, tabagismo;
Área
Oncologia
Instituições
Centro Veterinário - Cães e Gatos - Santa Catarina - Brasil
Autores
Gustavo Ribeiro Bonatto, Lara Eduarda Villwock, Joyce Lais Koenig, Rosângela Faggion Hromatka, Kelly Karini Rinaldi Voos, Maria Eduarda Baumer' Soares, Kyola Sthefanie Camargo, Diely Sonvez Claudino da Silva