11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

DIROFILARIOSE EM UM GATO COM VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA FELINA (FIV) EM JOINVILLE – SANTA CATARINA

Resumo para avaliação

Dirofilariose é uma doença cardiopulmonar, popularmente conhecida como verme do coração, e é distribuída por meio de vetores, os mosquitos culicídeos, sendo o nematódeo Dirofilaria immitis o principal agente etiológico, acometendo principalmente os cães, seus principais reservatórios. Em áreas endêmicas, os gatos vêm sendo diagnosticados com maior recorrência, apesar de serem considerados menos suscetíveis à infecção. O diagnóstico pode ser tardio, devido à curta fase de microfilaremia na espécie, visto que esses animais se apresentam assintomáticos, e o diagnóstico muitas vezes é encontrado apenas após a realização de necrópsia. O presente relato tem como objetivo descrever a ocorrência de dirofilariose em um gato doméstico, SRD, macho castrado, 5 anos, encaminhado para atendimento clínico e com diagnóstico prévio de broncopneumonia. O animal apresentava apatia, acentuada secreção nasal, presença de estertores e sibilos, discreta hipertermia e puliciose. No dia posterior à internação, foram realizados exames de sangue e de imagem, onde observou-se no hemograma leucocitose por neutrofilia e presença de microfilárias na avaliação microscópica do microhematócrito e esfregaço sanguíneo. Na radiografia de tórax, observado sinais de broncopatia e abaulamento em região atrial. Amostras de sangue foram testadas para dirofilariose, por meio do Dirofilariose Ag Test Kit (Alere) e SNAP Test FIV/FeLV (Idexx), sendo positivo para dirofilariose e FIV. Ademais, foi realizado ecocardiograma que revelou a presença de vermes adultos de Dirofilaria immitis na artéria pulmonar. Decidiu-se, então, por realizar tratamento suporte, o qual consistiu em uso de nebulização, antibioticoterapia e corticoterapia, ivermectina, além de ectoparasiticida. Paciente apresentou boa recuperação com tratamento de suporte realizado, tendo completa remissão dos sinais clínicos a curto prazo, entretanto, a longo prazo, contato com tutor foi perdido. O diagnóstico tardio em felinos está diretamente ligado ao tempo de sobrevida do paciente, uma vez que a intensidade lesional pode ou não estar associada à presença de vermes maduros no paciente, e, considerando que a migração errática é mais comum em felinos do que em caninos, todos os aspectos podem estar relacionados a falhas diagnósticas. Salienta-se que o status FIV/FeLV sempre deve ser levado em consideração dentro da medicina felina, uma vez que ambas cursam com imunocomprometimento do hospedeiro, facilitando o desencadeamento da dirofilariose. O tratamento em felinos é igualmente complexo quando comparado com cães, sobretudo quando relacionado à falta de medicações adulticidas aprovadas para felinos. Diante disso, ressalta-se a importância da profilaxia também em felinos domésticos, principalmente em áreas endêmicas, a fim de evitar a disseminação da doença.

Palavras-chave

microfilaremia, zoonose, culicídeos, imunocomprometimento, retroviroses;

Área

Infectologia

Instituições

Centro Veterinário - Cães e Gatos - Santa Catarina - Brasil

Autores

Gustavo Ribeiro Bonatto, Isabele Cristina Pohlod, Kyola Sthefanie Camargo, Isabel Cristina Cunha, Rosângela Faggion Hromatka, Maria Eduarda Baumer Soares, Kelly Karini Rinaldi Voos, André Schneider