11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

EPISCLERITE NODULAR LINFO HISTIOCITÁRIA EM CÃO SEM RAÇA DEFINIDA: RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

As doenças inflamatórias que afetam a esclera e a episclera, são classificadas como doenças idiopáticas de apresentação clínica semelhantes, podendo afetar qualquer raça. Essas alterações também podem ser resultado de infecção ocular fúngica, bacteriana ou ainda como manifestação de doenças sistêmicas, tal qual infecção por Ehrlichia canis e Leishmania spp. Apresentam-se como massas nodulares, de coloração rósea e elevadas ao redor do limbo, lesões perilímbicas difusas com infiltração estromal, sendo comum o envolvimento da terceira pálpebra. Geralmente causam edema corneano, neovascularização adjacente a lesão, blefarite, conjuntivite e hiperemia. O principal diagnóstico diferencial, são as neoplasias oculares, por isso é necessário a realização da biópsia. Histologicamente, as lesões são compatíveis com inflamação granulomatosa crônica, com predominância de histiócitos, linfócitos e plasmócitos, com abundante formação de fibras de reticulina e neovascularização. Objetiva-se relatar um caso de episclerite nodular linfo histiocitária em um canino. Foi atendido um cão, macho, sem raça definida, 10 anos de idade com histórico de uma formação em região de conjuntival bulbar do olho esquerdo com evolução de 1 mês. Exame físico geral dentro da normalidade. Ao exame oftálmico foi observada formação em conjuntiva/esclera de coloração avermelhada, aderida, sem invasão no limbo, edema corneal leve e hiperemia moderada. Paciente foi medicado com colírio de prednisolona 1% a cada 6 horas por 7 dias. Após a reavaliação, foi observado diminuição da lesão. Optou-se pela biópsia excisional e realização de exame histopatológico. O laudo revelou processo inflamatório granulomatoso focal e intenso. Foi realizada imuno-histoquímica, que fechou diagnóstico de episclerite nodular linfo histiocitário. Após a remoção cirúrgica, instituiu-se terapia com colírio de prednisolona 1% a cada 6 horas por 7 dias. Entretanto, após 15 dias se observou recidiva da lesão. Logo, foi prescrito além da terapia local, a terapia sistêmica com prednisolona (1 mg/kg/SID) pelo período de 30 dias. Após isso, não se observou mais recidiva da lesão. Paciente foi acompanhado por pelo menos 6 meses de pós-operatório, sem apresentar remissão dos sinais. Conclui-se que a investigação diagnóstica foi fundamental para tomada de decisão terapêutica, permitindo que houvesse uma resposta significativa de episclerite nodular linfo-histiocitário com o uso local e sistêmico de corticoide no caso relatado.

Palavras-chave

processo inflamatório granulomatoso, neoformações oculares, episclerite

Área

Oftalmologia

Instituições

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - Maranhão - Brasil

Autores

JULIA CAROLINA COSTA PEREIRA, VALERIA GONCALVES SOARES, JULIA LEMOS BRITO, KEROLAY BIANCA LAMÊGO DE FRANKLIN, LYGIA SILVA GALENO, TATIANE AVELAR RIBEIRO, BRENDA SOUSA CARNEIRO, TIAGO BARBALHO LIMA