11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

USO DA PELE DE TILÁPIA DO NILO (Oreochromis Niloticus) COMO CURATIVO OCLUSIVO EM UM CANINO COM FERIMENTO POR COMPRESSÃO

Resumo para avaliação

Animais com diferentes tipos de feridas abertas são um dos maiores motivos de atendimentos veterinários no Brasil e no mundo, e o estabelecimento do manejo adequado para o tratamento é essencial para a recuperação destas lesões. Entre as diferentes abordagens terapêuticas atuais, a pele de tilápia do Nilo apresenta-se como um curativo biológico inovador para o manejo de feridas em animais e humanos. No dia 26 de junho de 2023 foi encaminhada para o Hospital Veterinário de Pequenos Animais da UFLA uma cadela, sem raça definida, de aproximadamente 7 anos que havia sido atacada por outros cães e prensada contra uma grade, ocasionando uma ferida com 6 cm de comprimento por 6,5 cm de largura em região dorsal do quadril. Inicialmente uma abordagem tradicional de tratamento, com realização de desbridamento cirúrgico, administração de antibiótico e anti-inflamatório sistêmico e manejo da ferida duas vezes ao dia com limpeza realizada com clorexidina a 2%, solução fisiológica e pomada Vetaglós®. Apesar da ferida possuir um bom tecido de granulação, foi observado que não havia evolução em relação ao tamanho, dessa forma, optou-se por iniciar no dia 4 de julho o uso da pele de tilápia liofilizada como curativo biológico oclusivo. O biomaterial estéril fornecido pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará (UFC) foi previamente hidratado em solução fisiológica 0,9% estéril durante 30 minutos, enquanto o leito da ferida foi higienizado com clorexidina 2% e solução fisiológica, para posterior aplicação da pele, por meio de fixação com cola cirúrgica e uso de bandagem secundária para apoio e proteção. A manutenção do curativo e avaliação da evolução do caso foi realizada a cada 7 dias, dessa forma, foi possível observar que após 7 dias da primeira aplicação o ferimento apresentava-se com 3 cm de comprimento por 4,8cm de largura, após 14 dias o mesmo possuía 2,2 cm de comprimento e 1,8 cm de largura, e após 21 dias o animal apresentou cicatrização completa. Durante o tratamento, a paciente apresentou-se livre de dor, desconforto, estresse e de sinais de infecções secundárias, dessa forma, o caso demonstra que o uso desse biomaterial é viável para a resolução desse tipo de situação, pois trata-se de uma abordagem eficiente e que requer uma menor manipulação dos pacientes, reduzindo o desconforto proporcionado por manejos diários e consequentemente proporcionando uma recuperação mais rápida.

Palavras-chave

Oreochromis niloticus, ferida, manejo

Área

Medicina alternativa

Instituições

Universidade Federal de Lavras - Minas Gerais - Brasil

Autores

Samara Emili Corrêa, Vinícius Frota Ferreira dos Santos, Luis David Solis Murgas, Raquel Athanasio, Behatriz Odebrecht Costa, Carlos Roberto Koscky Paier, Edmar Maciel Lima Júnior, Felipe Augusto Rocha Rodrigues