11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

DERMOIDE BILATERAL EM UM CÃO DA RAÇA SHIHTZU - RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

Dermóide consiste num tecido de pele normal com pêlos em uma localização atípica, afetando o olho ou suas estruturas anexas. Frequentemente associadas a algumas deformidades displásicas da conjuntiva adjacente, podendo afetar a córnea, a conjuntiva e as pálpebras. A presença do dermóide pode levar a conjuntivite secundária, blefaroespasmo e secreção ocular. O tratamento de escolha é a excisão cirúrgica do tecido anormal por peritomia superficial ou por ceratectomia. O enxerto de córnea pode ser necessário após a remoção do dermóide, com base na profundidade do defeito resultante. Objetiva-se relatar um caso de tratamento de dermóide bilateral em um cão. Um canino, fêmea, raça shihtzu, 8 meses de idade, foi atendida no setor de oftalmologia do Hospital Veterinário Universitário da UEMA, apresentando ceratoconjuntivite seca associada a melanose, secreção mucopurulenta e desconforto ocular bilateral havia pelo menos 3 meses. Paciente apresentava bom estado geral e no exame oftálmico, verificou-se produção lacrimal diminuída (shirmmer OD: 11mm/min e OE: 12 mm/min), área de pigmentação corneal difusas mais densas próximas ao dermoide, localizado lateralmente na junção córneo escleral bilateral e uma pequena porção em conjuntiva palpebral superior no OE. Após tentativa de tratamento local inicial com lubrificante a base de carmelose sódica (1 gota/QID) e anti-inflamatorio não esteroidal a base de cetorolaco de trometamol (1 gota/TID), os sinais persistiram. Desse modo, optou-se pela correção cirúrgica para exérese das lesões. Após preparação antisséptica, paciente foi posicionado em decúbito dorsal sob microscópio cirúrgico com a superfície ocular paralela as lentes objetivas. A lesão foi demarcada e com auxílio de bisturi crescente, realizou-se ceratectomia e esclerectomia para remoção de toda a lesão. Seguida de dissecção romba da conjuntiva adjacente, que foi suturada no bordo remanescente recobrindo o defeito gerado. O mesmo procedimento foi realizado no olho contralateral, com liberação concomitante da lesão palpebral. Paciente foi tratado no pós-operatório com colírio tobramicina (1 gota/QID/15 dias), cetorolaco de trometamol (1 gota/TID/dias), lubrificante a base de carmelose sódica (1 gota/QID/contínuo), evoluindo satisfatoriamente. Após 45 dias do procedimento, paciente foi submetido a remoção dos pontos e liberação da conjuntiva. Foi mantido tratamento para ceratoconjuntivite seca e o paciente apresentou-se confortável, com melhora significativa da condição da superfície ocular.

Palavras-chave

canino, defeito congênito, correção cirúrgica

Área

Oftalmologia

Instituições

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - Maranhão - Brasil

Autores

VALERIA GONCALVES SOARES, JULIA CAROLINA COSTA PEREIRA, KEROLAY BIANCA LAMÊGO DE FRANKLIN, LYGIA SILVA GALENO, ALCYJARA REGO COSTA, JOÃO VITOR PEREIRA CASTRO, ALICE REGINA SILVA LOPES, TIAGO BARBALHO LIMA