11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

COLECISTODUODENOSTOMIA COMO TÉCNICA DE DESVIO DE VIAS BILIARES EM CASO DE OBSTRUÇÃO POR NEOPLASIA (SARCOMA HISTIOCÍTICO DISSEMINADO)

Resumo para avaliação

Este relato tem como objetivo descrever a técnica de desvio de fluxo biliar devido a um processo obstrutivo de origem neoplásica em região de papila duodenal, através da técnica de colecistoduodenostomia. Foi realizado o atendimento de um cão macho, da raça Sharpei de 8 anos, durante a avaliação clínica notou-se letargia, dor abdominal em região epigástrica, inapetência, êmese e icterícia severa. No exame de ultrassonografia abdominal notou-se vesícula biliar com importante repleção, dilatação de vias biliares intra-hepáticas, sedimentos biliares, dilatação de ducto colédoco e biliar e material aderido em região de duodeno, medindo 2,49 cm de comprimento e 0,97 cm de espessura há aproximadamente 1,92 cm de distância da inserção do ducto colédoco no duodeno. Constatou-se ainda grave repleção de conteúdo biliar. Na avaliação bioquímica o paciente apresentava diversas alterações em marcadores hepáticos. Realizou-se incisão em região pré umbilical e abertura da cavidade abdominal pela linha alba, identificou-se vesícula biliar, ducto colédoco, ducto biliar e região de papila duodenal. De imediato foi notada uma massa localizada em região de duodeno, próxima ao local de inserção do ducto colédoco no duodeno. O material de aspecto nodular foi coletado e encaminhado para exame de histopatológico, onde constatou-se um sarcoma histiocítico disseminado. Optou-se pelo desvio do fluxo biliar como forma de tratamento paliativo a fim de aumentar a expectativa de vida e melhorar a qualidade de vida do paciente. Dessa forma realizou-se a drenagem do conteúdo biliar localizado na vesícula por de punção (cerca de 60 ml de conteúdo com aspecto de lama biliar). Após a drenagem realizou-se divulsão da vesícula, a fim de desprendê-la do fígado e permitir sua mobilização até o sítio de inserção no duodeno. Uma vez posicionada, a vesícula foi amparada ao lado do sítio de inserção com sutura serosa simples contínua com fio absorvível. Realizou-se incisão de 3 cm na vesícula e no duodeno descendente em sua borda antimesentérica (sítio de inserção). A anastomose foi realizada por duas suturas simples contínuas e fio absorvível unindo a mucosa da vesícula biliar à mucosa do duodeno descendente. Por fim, realizou-se sutura em padrão simples contínuo unindo a serosa da vesícula biliar a serosa do duodeno descendente. Após o procedimento, observou-se notória melhora clínica do paciente, garantindo a ele maior sobrevida e qualidade de vida frente às complicações advindas de uma obstrução de via biliar, causada por um sarcoma histiocítico disseminado.

Palavras-chave

Sarcoma histiocítico disseminado, colecistoduodenostomia, via biliar

Área

Cirurgia

Instituições

Centro Universitário UNIBH - Minas Gerais - Brasil

Autores

Luca Santi Engel, Bruno Machado Bertassoli, Leonardo Dias Mamão