11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

RETALHO BIPEDICULADO NO TRATAMENTO DE LESÃO CUTÂNEA EM MEMBRO PÉLVICO DE CÃO - RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

O atropelamento de cães é comum na rotina de clínica cirúrgica e está interligado a lesões multilocais, nestes casos há a necessidade de avaliar a empregabilidade de cirurgias reconstrutivas com flaps e enxertos para correção de defeitos traumáticos de pele, a fim de evitar amputações e eutanásia. Objetiva-se relatar o uso de retalho bipedicular em procedimento reconstrutivo após atropelamento por carro. Um cão da raça Pinscher, 3 meses, deu entrada em uma clínica veterinária particular com extenso desluvamento da região tarso-metatársica no MPD, com perda do coxim digital. Após limpeza da área afetada, a aproximação das bordas da lesão seria inviável, devido à ausência de margem. O animal foi hospitalizado e protocolado Cefalexina 259mg/5mL e Cetoprofeno 20mg/mL. Para conservação da lesão, a limpeza era associada à pomada cicatrizante, açúcar cristal e cobertura interativa hidrocolóide junto à bandagem oclusiva trocada cada 3 dias. Após manejo conservativo da lesão formou-se tecido de granulação saudável, e o animal tornou-se apto ao retalho bipediculado. MPA com Meperidina 0,4mg/kg IM e Acepromazina 0,03mg/kg IM e indução com Propofol 4mg/kg IV e manutenção anestésica com Isofluorano. O MPD afetado foi aproximado à região torácica e feito duas incisões paralelas à lateral do tórax com divulsão abaixo do músculo cutâneo do tronco. Após 15 dias do procedimento de implantação, o MPD foi retirado do leito doador com cobertura total da parte afetada e o defeito torácico foi reparado com fio sintético monofilamentar absorvível 2.0, sutura simples interrompido. A dermorrafia suturada com fio inabsorvível de Nylon 3.0 em sultan. No pós-operatório, para proteção da ferida cirúrgica do abdome e MPD, realizou-se curativo, receitado Cefalexina suspensão 250 mg/5 mL e Meloxicam comprimido 0,02mg e recomendado repouso do paciente em ambiente limpo. No retorno após 3 dias, o animal apresentava processo de cicatrização desejado na parede torácica, todavia, na região receptora do MPD, apresentou-se deiscência das suturas em regiões de extremidade distal e no período de 5 dias a lesão estava em fase de maturação com crescimento de tecido cicatricial. Após 15 dias, retirou-se os pontos, com ausência de necrose e secreções, e o aspecto do leito receptor estava irrigada. Logo, o emprego da técnica foi satisfatório para o favorecimento da formação de tecido de granulação e cobertura do defeito. O uso de técnicas corretas na intervenção cirúrgica do membro pélvico teve progressão favorável, com manutenção do bem-estar animal, o que colaborou de forma significativa para a qualidade de vida.

Palavras-chave

Palavras-chave: Retalho bipedicular, dermorrafia, bem-estar animal

Área

Cirurgia

Instituições

Universidade Federal Rural da Amazônia - Pará - Brasil

Autores

Marcus Sousa da Silva, Thayssa Marlucy Balbino Lima de Oliveira, Amanda Barros Ribeiro, Carlos Junior Lopes Santana, Dionisia Santos Carvalho Neta , Larissa Marcelly Pacheco Zahluth, Hugo Augusto Mendonça Canelas