Dados do Trabalho
Título
ATRESIA ANAL E FÍSTULA RETOVAGINAL EM CADELA – RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
Atresia anal consiste em uma malformação congênita anorretal. Essa afecção associada à fístula retovaginal é de grande prevalência em cães e gatos filhotes e ocorre devido à uma falha na perfuração da membrana que separa o endoderma do intestino posterior da membrana anal ectodérmica. A anomalia se apresenta com diversas variações e todas impedem a saída das fezes regularmente. Foi atendida no HOVET da UFMS, uma cadela com 2 meses de idade, pesando 500g e queixa principal de disquesia. Durante a inspeção foi observado a ausência de ânus e que o conteúdo fecal saia pela vagina. Devido ao desconforto do animal optou-se pela radiografia simples da região pélvica para identificar a porção terminal do reto. Estabeleceu-se o diagnóstico de atresia anal tipo II, que corresponde à persistência da membrana anal e terminação do reto cranial ao ânus imperfurado. O paciente foi encaminhado para o procedimento de anoplastia e correção da fístula retovaginal. O animal foi posicionado em decúbito ventral com elevação pélvica para exposição da região perineal e realizado a antissepsia prévia e antissepsia definitiva da região, ambas com solução de clorexidina alcoólica 0,5%. Foi realizado incisão em cruz sobre o ânus ocluído, divulsão romba da região perianal, localização da porção final do reto e da fístula retovaginal. Debridamento e fechamento de fístula retovaginal com fio polidioxanona 4-0, incisão e abertura do reto, e tração do mesmo para a pele do ânus. Sutura em pontos cardiais com polidioxanona 4-0, e preenchimento dos demais pontos em toda circunferência anal. Para o pós operatório foi prescrito Cefalexina 15 mg/kg, q12h por 10 dias; Dipirona 25 mg/kg q12h por 4 dias; Meloxicam 0,05 mg/kg q24h por 4 dias; Lacutolona 0,5 ml/kg q8h por 5 dias e recomendações de limpeza da região com solução fisiológica e aplicação de pomada de Neomicina q12h; Dieta pastosa e colar elizabetano. Após 5 dias do procedimento, o animal retornou com sinais de contaminação da ferida cirúrgica e deiscência de pontos devido ao não uso do colar elizabetano; Foi necessário a reintervenção cirúrgica para uma nova anoplastia. Feito retirada de pontos com 7 dias, ferida bem cicatrizada. O diagnóstico de atresia anal tipo II foi estabelecido através dos sinais clínico, exame físico e visualização da porção final do reto na radiografia simples. O tratamento cirúrgico para correção do defeito congênito associado aos cuidados pós operatórios foi bem sucedido.
Palavras-chave
Canino, Fêmea, Fístula retovaginal, Congênita, Atresia anal
Área
Cirurgia
Instituições
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Mato Grosso do Sul - Brasil
Autores
Bruna Gabriely Escobar Paes, Ianne Roberta dos Santos Cardoso, Larissa Correa Hermeto, Vivienne Ribeiro Reis