Dados do Trabalho
Título
LARINGOTOMIA COMO TRATAMENTO PARA TUMOR DE LARINGE EM UM CÃO: RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
Os tumores em vias áreas em cães são raros e podem mimetizar sinais clínicos de outras doenças respiratórias. Comumente obstruem vias aéreas total ou parcialmente, causando dispneia, hipóxia e óbito em casos mais graves. Um cão de 10 anos, macho, da raça Yorkshire, foi atendido com histórico de dispneia e intolerância ao exercício físico. No exame físico foram identificados taquipneia e mucosas cianóticas. Estridor foi identificado na ausculta, porém, os campos pulmonares não apresentavam alterações. A suspeita clínica inicial era colapso de traqueia. Foi realizada radiografia torácica e cervical, que revelou aumento de volume e radiopacidade de tecidos moles caudal a laringe com 2,15 por 1,0 cm de tamanho. Exames complementares de hemograma, perfil bioquímico e ultrassonografia não apresentaram alterações. A laringoscopia revelou uma estrutura nodular de superfície levemente irregular, não ulcerada, com origem em laringe e projeção cranial intermitente para a faringe, produzindo obstrução parcial. Após crise de angústia respiratória, o paciente foi entubado para oxigenioterapia e encaminhado para laringotomia. O procedimento iniciou com incisão de pele e subcutâneo em região cervical ventral, na topografia de laringe. Após a dissecação do músculo esterno-hioide, a cartilagem tireoiode da laringe foi localizada e pontos de reparo com fio nylon 3.0 foram utilizados para exposição da região. Em seguida, uma incisão da laringe longitudinal foi realizada para exposição do nódulo intraluminal. A exérese da massa foi feita com auxílio de bisturi ultrassônico, o que possibilitou mínimo sangramento durante o procedimento. Pontos de aproximação com fio nylon 3.0 e padrão de sutura interrompida simples foram utilizados para rafia. A musculatura e tecido subcutâneo foram aproximados com sutura de padrão colchoeiro com fio polipropileno 3.0. Associada à laringotomia, foi realizada traqueostomia para manejo pós-operatório. O animal apresentou melhora nos sinais clínicos no pós-operatório imediato e teve boa recuperação anestésica. O diagnóstico histopatológico foi de fibroplasia tecidual e tecido de granulação, não sendo observadas células neoplásicas ou figuras de mitose. Neoplasias de laringe são raras e diagnósticos benignos como o deste caso estão associados a um processo inflamatório crônico ou caráter reacional. O cão permanece sem sinais clínicos de dispneia um ano após o procedimento, e até o momento da escrita desse trabalho não foram identificados sinais de recidiva. O procedimento de laringotomia mostrou-se seguro e eficaz nesse caso para controle dos sinais clínicos e tratamento de massa laringeana intraluminal.
Palavras-chave
cão, dispneia, laringe, laringotomia, sistema respiratório.
Área
Cirurgia
Instituições
Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR - Paraná - Brasil
Autores
Mayara Brocardo Fontes, Lucas Cavalli Kluthcovsky, Thalita Caroline Heupa, Fabíola Bem Bridi, Veronica Souza Paiva Castro, Jorge Luiz Costa Castro