Dados do Trabalho
Título
RESULTADO A LONGO PRAZO APÓS IMPLANTAÇÃO DE STENT DE NITINOL AUTO-EXPANSÍVEL GUIADO POR FLUOROSCÓPIO EM URETRA PÉLVICA ESTENOSADA DE CÃO – RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
Estenose uretral pode ser secundária a urolitíase, intervenções cirúrgicas e injúrias sobre o lúmen uretral, implicando em quadros de obstrução e infecção do trato urinário. Um dos métodos de correção consiste na implantação de um stent uretral como forma de expandir e manter seu lúmen patente. No entanto, complicações como migração do stent, hiperplasia da mucosa uretral e reestenose podem ocorrer. Objetivou-se com este descrever um caso de implantação de stent de nitinol para correção de estenose uretral pós-traumática em cão, guiada por fluoroscopia. Foi encaminhado ao hospital veterinário um cão com 6 Kg, sem raça definida, cinco anos, com histórico de ter sofrido há um ano, ruptura traumática de uretra pélvica, e estenose uretral após anastomose cirúrgica da mesma. Desde a intervenção cirúrgica o paciente estava sendo mantido sondado, já que não realizava micção espontânea. Diante disso, optou-se por realizar a correção da estenose a partir de um stent endovascular autoexpansível, adaptado para ser implantado no segmento uretral. Previamente ao procedimento foi realizado uretrocistografia retrógrada para medição das dimensões do segmento uretral estenosado. No dia do procedimento de implante, após anestesia, o paciente foi cateterizado por via uretral com sonda uretral n.6, a qual foi acomodada na bexiga. A localização da sonda foi confirmada pela fluoroscopia e por injeção de contraste iohexol. Após um fio guia foi introduzido interior da sonda, sendo em seguida removida a sonda, com patência uretral mantida por meio do fio guia. Foi introduzido balão dilatador de 3,5mm seguido de balão de 8,0mm em sua insuflação em pressão normal, mantida constante por dois minutos para a liberação de potenciais fibroses cicatriciais. Em seguida, foi introduzido o stent de nitinol endovascular 8,0mm x 60mm e fixado no segmento de uretra prostática até porção de uretra membranosa. O stent foi liberado e em seguida nova insuflação foi realizada com o balão dilatador para a correta acomodação do stent. Observou-se à fluoroscopia que a localização e a distensão provocadas pelo stent garantiram ganho em torno de 75% do diâmetro uretral inicialmente observado, considerando-se o suficiente para o retorno da função urinária. No pós procedimento imediato, a sonda foi retirada, observando-se micção espontânea em jatos de urina, a qual permanece após 1 ano do procedimento. Conclui-se que a implantação do stent autoexpansível em uretra pélvica de cão foi efetiva em resolver a estenose uretral, e que o dispositivo segue patente, sem apresentar complicações, com o paciente realizando micção espontânea.
Palavras-chave
incontinência urinária, fluoroscopia, prótese de nitinol, estenose uretral
Área
Cirurgia
Instituições
UFMG - Minas Gerais - Brasil
Autores
Paloma Helena Sanches Silva, Mariana Zanini Maia, Santiago Jaramillo Colorado, Luiza Dias Santos, Anelise Carvalho Nepomuceno, Suzane Lilian Beier, Paulo Bastianetto, Patrícia Maria Coletto Freitas