11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

RECONSTRUÇÃO FACIAL UTILIZANDO PARAFUSOS, FIOS DE AÇO E POLIMETILMETACRILATO (PMMA) APÓS FRATURA COMINUTIVA ENVOLVENDO OSSO FRONTAL E NASAL EM CÃO: RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

O uso de enxertos para correção de defeitos ósseos são práticas comuns na traumatologia e ortopedia veterinária, havendo grande diversidade disponíveis de alternativas tais como: autógenas, alógenas, biomateriais e substitutos sintéticos ósseos, sendo que incomum o uso em reconstruções faciais. O objetivo deste relato foi descrever o procedimento de cranioplastia utilizando parafusos, fio de aço e enxerto ósseo com PMMA. Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (HV-UFU), com cerca de quatro anos, canino, sem raça definida, de 20,6 Kg, resgatado de rua, apresentando no exame físico prostração, temperatura retal de 33º, mucosas hipocoradas, laceração cutânea com exposição óssea em região frontal e nasal esquerda, presumivelmente devido à grande energia dissipada em condições traumáticas. Durante exame ultrassonográfico observou-se baço com contorno de cápsula pouco definido e presença de estrutura arredondada irregular de 4,2cm por 2,2cm de diâmetro, hipoecoica e heterogênea, além de quantidade moderada de líquido livre anecoico, com intensa celularidade nas quatro janelas abdominais. Portanto, o animal foi submetido à laparotomia exploratória de emergência, onde foi encontrado hemorragia esplênica ativa decorrente da ruptura do órgão e grande quantidade de líquido livre, devido a esse quadro optou-se pela esplenectomia total. Logo após a inspeção e palpação da face, foi constatada fratura cominutiva do osso frontal e nasal esquerdo, que se estendia até maxila esquerda, com fissuras, perdas de esquírolas ósseas e exposição de cavidade nasal e seio frontal e instabilidade do ramo mandibular esquerdo, com oclusão preservada. Para redução das fraturas e estabilização das fissuras foram utilizados fios interfragmentares de aço inoxidável de 1 mm, configurados em “figuras de oito” em torno de parafusos corticais de 1,5 mm, que serviam de ancoragem. Devido à grande perda óssea, utilizou-se a técnica de enxertia com PMMA. Houve acompanhamento do animal, com o transcorrer do tempo o paciente desenvolveu ptose palpebral, protrusão de terceira pálpebra, endoftalmia e secreção ocular no olho esquerdo, ipsilateral ao antímero tratado cirurgicamente. Segundo Quatela¹ e Moreira-Gonzales², os enxertos autógenos são os materiais de eleição para as cranioplastias, devido a maior segurança, porém possuem altos índices de reabsorções, deformidades estéticas, disponibilidade limitada, morbidade do sítio do doador, além do aumento do tempo cirúrgico e a possível necessidade de uma reintervenção, desse modo o material escolhido foi o PMMA, além de ser biocompatível, estável in vivo, de fácil manipulação, radiotransparente, forte e barato, somado a boa técnica cirúrgica, mostrou-se eficiente para o sucesso da recuperação do animal.

Palavras-chave

fraturas ósseas, enxerto ósseo, biomateriais, ortopedia, cirurgia reconstrutiva.

Área

Ortopedia

Instituições

Universidade Federal de Uberlândia - Minas Gerais - Brasil

Autores

Lucas Maurício Lopes Navasquez, Gabriel Moura Kayano, Francisco Cláudio Dantas Mota, Aracelle Elisane Alves, Ana Licia Lacerda Saraiva