11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

FRAGMENTAÇÃO DO PROCESSO CORONÓIDE MEDIAL EM CANINO: ULTRASSONOGRAFIA COMO AUXÍLIO DIAGNÓSTICO

Resumo para avaliação

A fragmentação do processo coronóide medial (FPCM) é uma das doenças que compõem a displasia de cotovelo, sendo a principal causa de claudicação nos membros torácicos em cães. O diagnóstico radiográfico da FPCM pode ser desafiador, sendo a tomografia computadorizada de excelente auxílio diagnóstico e, a artroscopia, o exame padrão ouro para tal finalidade. Alternativamente, embora subutilizada, a ultrassonografia é uma ferramenta útil para fornecer informações quanto à presença de fragmentos livres e efusões. Assim, o objetivo do presente relato é descrever os achados ultrassonográficos e sua correlação com os achados transoperatórios de um canino com FPCM . Foi atendida pelo serviço de ortopedia do Hospital Veterinário (HUVet) da UNIPAMPA um canino, São Bernardo, fêmea, não castrada, com 10 meses de idade, pesando 45kg, com queixa de claudicação em membro torácico direito há dois meses. Ao exame ortopédico constatou-se claudicação grau 2 em membro torácico direito e dor bilateral à palpação do epicôndilo umeral. Assim, foi realizada radiografia da articulação umerorradioulnar bilateral, a qual evidenciou discreta incongruência rádio-ulnar em ambos os membros e esclerose óssea do processo coronoide medial da ulna associado a irregularidade de superfícies ósseas em cotovelo direito. Objetivando identificar a presença de fragmentação foi realizada avaliação ultrassonográfica da face medial da articulação umerorradioulnar em posição neutra, evidenciando a FPCM e efusão articular. Diante dos achados de imagem, foi realizada a artrotomia do cotovelo direito através de acesso medial. No transoperatório foi possível observar e espessamento da cápsula articular, efusão bem como identificação e remoção do fragmento livre do processo coronóide medial. O procedimento cirúrgico foi finalizado e a paciente recebeu alta hospitalar no mesmo dia, havendo a remoção dos pontos aos 15 dias de pós-operatório. Por ser um exame dinâmico, em tempo real e mais acessível do que a artroscopia e a tomografia computadorizada, a ultrassonografia articular como auxílio diagnóstico tem despertado interesse na ortopedia de pequenos animais. O uso da mesma em situações de FPCM não é completamente estabelecido, entretanto, no presente relato, foi eficaz na identificação do fragmento, havendo forte correlação com os achados transcirúrgicos. Assim, em casos de FPCM, a ultrassonografia articular pode ser uma ferramenta valiosa para auxílio diagnóstico e decisão cirúrgica.

Palavras-chave

displasia de cotovelo; umerorradioulnar; FPCM.

Área

Cirurgia

Instituições

Universidade Federal do Pampa - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Maria Eduarda Rodrigues Costa, Guilherme de Marchi, Luiza Eula Marques, Luiza Pitta Pinheiro Collares, Etiele Maldonado Gomes, Endreo Alan Pail dos Santos, Ingrid Rios Lima Machado, Maria Lígia de Arruda Mistieri