Dados do Trabalho

Título

RECONSTRUÇÃO PREPUCIAL EM CANINO APÓS EXÉRESE DE HEMANGIOSSARCOMA CUTÂNEO ACTÍNICO

Resumo para avaliação

Hemangiossarcoma é um neoplasma mesenquimal maligno originário das células endoteliais, podendo ser visceral, cutâneo (actínico/não-actínico), subcutâneo e/ou muscular. A forma cutânea é comum em cães de 8 a 15 anos, sendo aqueles com pele clara, glabra e expostos frequentemente ao sol mais suscetíveis à forma actínica. Esta, comum em região abdominal ventral, prepúcio e membros pélvicos. O objetivo do relato é descrever a reconstrução prepucial em um cão após exérese de hemangiossarcoma cutâneo. Foi encaminhado ao serviço de cirurgia do Hospital Veterinário (HUVet) da UNIPAMPA, um canino, Fox Terrier, 13 anos, macho, castrado, com queixa de dois nódulos cutâneos avermelhados de rápido crescimento há aproximadamente 3 meses, em região prepucial. Citologia sugestiva de hemangiossarcoma, demais exames sem alterações, não identificada metástase. Assim, o paciente foi submetido à nodulectomia e reconstrução prepucial. Após estabelecimento de plano anestésico e tricotomia ampla do campo operatório, realizou-se antissepsia com clorexidina, solução degermante (2%) e alcoólica (0,5%). Os campos cirúrgicos foram posicionados, delimitando à margem de 3cm em todas as direções em relação aos nódulos. Os tecidos foram incisados e divulsionados, sendo a hemostasia alcançada com energia monopolar. A pele do ápice prepucial foi divulsionada da mucosa, em 360°, preservando a mesma cranialmente. Os nódulos foram resseccionados e a mucosa prepucial avançada cranial e lateralmente à esquerda, onde, por nova incisão em elipse, foi fixada diretamente à pele com pontos em padrão isolado simples utilizando fio náilon 4-0. Ainda, realizou-se pexia da mucosa ao subcutâneo, caudalmente ao novo óstio. As demais bordas da ferida foram aproximadas em pontos isolados simples sepultados e ancorados a tecidos profundos, com Poliglactina 910 (PGLA) 2-0. Subcutâneo reduzido em padrão colchoeiro contínuo, com PGLA 3-0 e, a dermorrafia, em padrão Wolff com náilon 4-0. O pós operatório consistiu em meloxicam (0,1mg/kg; SID; VO; 4 dias) e dipirona (25mg/kg; TID; VO; 5 dias). A ferida cirúrgica apresentou excelente evolução e os pontos foram removidos aos 15 dias de pós-operatório. O histopatológico diagnosticou hemangiossarcoma, com margens cirúrgicas livres de células neoplásicas. Exérese cirúrgica com margens amplas é o tratamento de eleição para hemangiossarcomas não viscerais sem evidência de metástases (estádio I). Contudo, exéreses prepuciais são desafiadoras, podendo culminar em amputação peniana e uretrostomia. Assim, a reconstrução preservando a mucosa prepucial foi uma alternativa cirúrgica eficaz, promovendo qualidade de vida com menor trauma. O paciente apresentou excelente evolução e encontra-se em remissão completa com prognóstico favorável.

Palavras-chave

hemangiossarcoma; prepúcio; cirurgia reconstrutiva.