11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

CORRELAÇÃO DE ACHADOS ULTRASSONOGRÁFICOS E TRANSOPERATÓRIOS EM UM CASO DE RUPTURA DO LIGAMENTO CRUZADO CRANIAL CANINO

Resumo para avaliação

A ruptura do ligamento cruzado cranial (LCCr) é uma das afecções ortopédicas mais comumente diagnosticadas em cães. O padrão ouro para inspeção articular é a artroscopia, contudo, ainda não é de fácil acesso. Assim, uma alternativa diagnóstica é a ultrassonografia, que de maneira não invasiva fornece informações em tempo real sobre as estruturas articulares. Dessa forma, o objetivo do presente relato é correlacionar os achados ultrassonográficos e transoperatórios em um caso de ruptura do LCCr. Foi atendido no Hospital Veterinário (HUVet) da UNIPAMPA, um canino, American Pitbull Terrier, fêmea, castrada, 5 anos, pesando 23 kg, com queixa de claudicação em membro pélvico esquerdo há 8 meses, sem histórico de trauma. Ao exame ortopédico constatou-se claudicação grau 2 com apoio em pinça do membro afetado, crepitação na articulação femorotibiopatelar ipsilateral, teste de gaveta e compressão tibial positivos. Para auxílio na tomada de decisão cirúrgica, foi realizado exame ultrassonográfico da articulação femorotibiopatelar evidenciando a reatividade e heterogeneidade em área de coxim gorduroso, vascularizada ao modo Doppler; proliferação óssea em superfície tibial correspondente à inserção do ligamento cruzado cranial, não sendo possível sua identificação completa; espessamento da cartilagem hialina e proliferação óssea em côndilo femoral medial e protrusão em menisco medial, com aspecto irregular, triangular e heterogêneo. Diante dos achados, o paciente foi submetido à artrotomia exploratória em joelho esquerdo e estabilização da articulação através de técnica extracapsular utilizando retalho autólogo de fáscia lata. No transoperatório, foi possível identificar a protrusão de menisco medial, sendo realizada meniscectomia. Ademais, observada irregularidade e intensa presença de osteófitos em região de côndilo femoral medial, bem como hiperemia da superfície articular e espessamento de cápsula. Aos 15 dias de pós-operatório o paciente já apresentava apoio do membro e cicatrização da ferida cirúrgica.. No presente caso, foi possível observar que as alterações imagiológicas foram compatíveis com as observadas no transoperatório, demonstrando o potencial diagnóstico da avaliação ultrassonográfica. Ademais, lesões em menisco são causas de persistência de claudicação em cães, e no presente relato, o exame ultrassonográfico foi decisivo para a tomada de decisão cirúrgica quanto a necessidade da realização da artrotomia. Ainda, mesmo associada a meniscectomia, a técnica cirúrgica empregada demonstrou-se eficaz para estabilização da articulação até o momento. Conclui-se que o uso do ultrassom para auxílio diagnóstico em casos de ruptura do LCCr fornece informações valiosas, auxiliando na decisão cirúrgica.

Palavras-chave

fáscia lata; meniscectomia; ligamento cruzado cranial.

Área

Cirurgia

Instituições

Universidade Federal do Pampa - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Maria Eduarda Rodrigues Costa, Guilherme de Marchi, Luiza Eula Marques, Etiele Maldonado Gomes, Endreo Alan Pail dos Santos, Ingrid Rios Lima Machado, Maria Lígia de Arruda Mistieri, João Pedro Scussel Feranti